08 fevereiro, 2012
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A percepção que temos dos acontecimentos determina nossas emoções

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Emocionar-se é algo fundamental em nossa vida. Há alguns anos, li um livro que se chama “A Linguagem dos Sentimentos” de autoria de David Viscott (um bom livro para se ler e entender um pouco mais a importância das emoções), em que ele afirma que “somos o que sentimos”.

 

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Essa afirmação nos dá a ideia de que viver não é outra coisa senão sentir a vida. Para sentir a vida dependemos de como a interpretamos, de como a percebemos, enfim, de como interagimos com ela, ou reagimos a ela, e é isso, entre outras coisas, que nos faz diferentes uns dos outros. Vivemos a cada segundo situações em nossa vida que constantemente estão a nos estimular a dar respostas emocionais: é o nosso chefe que não gostou de um trabalho que fizemos, nosso filho que teve uma avaliação baixa na escola, é o atendente que não nos deu a devida atenção, é a tragédia que acabamos de ouvir e ver na televisão, é a colega que não nos cumprimentou na rua. Todos esses são apenas alguns exemplos a que estamos sujeitos no dia a dia e que funcionam como estímulos para as nossas emoções. Como vamos interpretar esses estímulos é o que nos dará o “tom” da nossa emoção em cada situação. Interessante aqui é observarmos que interpretar e perceber os acontecimentos e situações envolvem pensamentos, e esses aparecem de uma maneira automática, movida pelos valores internos que desenvolvemos ao longo da nossa vida, na interação que mantivemos com aqueles que estiveram mais próximos de nós, como os nossos pais, nossos educadores, nossos parentes, nossos amigos e colegas de escola. Enfim, todos aqueles que estiveram presentes de uma forma intensa em nossa vida, sobretudo durante a nossa infância. Nesse período da nossa vida construímos a base a partir da qual estamos construindo a nossa existência. Essa base continua a ser modelada através da nossa caminhada. Entretanto, muito daquilo que adquirimos na ocasião em que constituímos a nossa base, a partir da qual desenvolvemos uma série de princípios e valores, continuam presentes e podem influenciar decisivamente no conteúdo dos nossos pensamentos automáticos, impedindo-nos de reagir de uma forma mais funcional diante, principalmente, dos nossos revezes.

O que podemos concluir dessa nossa breve reflexão? Se nossas emoções dependem de como interpretamos os acontecimentos e situações que nos rodeiam, eles dependem dos nossos pensamentos automáticos e esses são influenciados pelos valores e princípios que constituímos no início do nosso desenvolvimento e seguem sendo transformados no nosso presente. Importa sabermos que quando nossas emoções nos conduzem a comportamentos não muito funcionais, tais como aqueles que acarretam sentimentos de culpa posteriormente, temos a possibilidade de revermos os valores e princípios que norteiam a nossa conduta em busca de uma reestruturação daquilo que aprendemos, nem sempre conscientemente, no início da nossa vida.

Um grande abraço.

 

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