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29 outubro, 2019
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Apadefi completa 37 anos de atendimento especializado aos deficientes físicos em Volta Redonda

Responsáveis pela fundação da entidade de Volta Redonda e atual presidente relatam os desafios em torno da construção da Apadefi

Quantas vidas e histórias cabem em 37 anos de existência? No caso da Apadefi (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Físicos), não há como mensurar. No dia 23 de outubro, a entidade de Volta Redonda celebrou mais um aniversário e reflete no dia a dia de atendimentos, ao longo da trajetória, impactos que vão muito além dos resultados da relação entre profissionais e pacientes. E se atualmente a Apadefi possui estrutura para atender a tantas demandas, é porque houve um começo engajado na busca por oferecer qualidade de vida aos deficientes físicos e seus familiares.

Situada no bairro Retiro, a instituição hoje realiza um total de 14 mil atendimentos por ano. Parte deles é possível graças ao Pronas/PCD - Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência, do Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde. Através de incentivos fiscais, o programa apoia organizações da sociedade civil, visando a ampliação de atendimento e serviços na área de saúde. E com a Apadefi, o aporte financeiro se deu pelas organizações AmBev e CSN, que oportunizou a ampliação de 52% dos atendimentos em um ano - Projeto Ampliando Capacidades.

Como tudo começou
Para marcar essa data, um dos fundadores da entidade, Emanuel Vieira Dalboni, relembrou sua experiência pessoal, que deu motivação à concretização da Apadefi. Segundo ele, a Apadefi nasceu da necessidade de um órgão que pudesse trazer informações e, ao mesmo tempo, dar apoio aos portadores de necessidades especiais e seus familiares. Principalmente os deficientes físicos.

"Eu e minha esposa, Rita de Cássia, tivemos um filho acometido de Distrofia Muscular Progressiva e fomos informados pelos médicos, depois de muitas consultas, com diversos deles, que nosso filho iria parar de andar. Na época, eu trabalhava com engenheiros americanos que me informaram que havia uma Associação chamada Muscular Distrofia Association, cujo presidente era o ator Jerry Lewis. Enviei-lhe uma carta falando sobre o caso. Recebi várias revistas e jornais que informavam que havia pesquisas em andamento em diversos países, mas que não havia nenhum medicamento para o caso".

Diante dessa situação, Emanuel contou que reuniu pessoas próximas e pais de deficientes físicos com objetivo de criar uma associação, que pudesse desenvolver atitudes visando melhor informar e dar suporte aos deficientes e familiares. O local da sede da Apadefi é o mesmo desde sua fundação. E foi conquistado por meio de união desse grupo com o poder público municipal, clubes rotários, casa da amizade, além dos poderes estadual e federal. "E muitos colaboradores que por esses anos vêm participando com contribuições para a manutenção desse trabalho. Tivemos também a participação da Central Geral do Dízimo e outras instituições e pessoas que se propõem ao trabalho social", lembrou Emanuel Dalboni.

Quem também tem recordações sobre como a Apadefi se ergueu é Ettore Dalboni da Cunha, sobrinho de Emanuel. "Há quase quarenta anos, indo à casa do tio Emanuel, visitar o Pericles, que estava em tratamento de saúde, ele me mostrou uma lauda do discurso que fez a um grupo de colegas metalúrgicos, que também tinham filhos ou parentes com a mesma doença, com o objetivo de ajudá-los, orienta-los a enfrentar a doença com uma boa qualidade de vida da família e do doente".

Ettore contou que motivou Emanuel a publicar o discurso como artigo na imprensa local, para alertar outras pessoas que viviam problemas semelhantes. "Então, o engenheiro Levenhagem, (pai do Rodolfo, atual presidente da Apadefi), leu o artigo e, como tivesse um filho também portador da mesma doença, procurou o tio Emanuel e os dois com outros amigos solidários resolveram criar a Apadefi. Como não tinha local, eu e o vereador Silas de Almeida, meu colega na Câmara Municipal de Volta Redonda, procuramos o prefeito Benevenuto Santos Neto, e seu chefe de gabinete, professor Jessé de Holanda Cordeiro, pedindo que levantasse uma área pública para que a nova entidade construísse sua sede social, lá onde está hoje. Foi feita uma concessão de uso real em nome da Apadefi", explicou.

Irmão, filho, presidente
Rodolfo Levenhagen, atual presidente da Apadefi, também acompanhou a construção da Apadefi muito de perto, com seu pai, Antônio Levenhagen Júnior, um dos fundadores. Rodolfo vivenciou tanto a questão familiar, devido à deficiência do seu irmão, quanto a busca por viabilizar a qualidade de vida de todas as pessoas que passavam pela mesma situação. Entre vice-presidência e presidência, ele está há 13 anos na diretoria da entidade.

ONDE FICA E COMO AJUDAR:

A Apadefi necessita de doações para se manter e, por isso, conta com contribuição espontânea da comunidade interna e externa, de qualquer valor. Os interessados em conhecer e em ajudar a Apadefi podem visitar a entidade na Avenida General Euclides de Figueiredo, nº 350, Retiro, em Volta Redonda ou entrar em contato pelo telefone (24) 3346-4025. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17 horas.


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