Aumento nos diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista faz crescer ações de conscientização sobre o tema
Vários municípios da região Sul Fluminense realizam regularmente atividades de inclusão sobre o TEA, com destaque para Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí
A quantidade de casos de crianças e adolescentes diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) está cada vez maior no Brasil e em todo o planeta. Aproximadamente 2% das crianças e adolescentes no mundo apresentam TEA, sendo que a incidência é maior no sexo masculino.
Os números mostram que o diagnóstico desse transtorno do desenvolvimento, marcado por dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos, interesses restritos, entre outros, está em franco crescimento e necessita de tratamento multidisciplinar. Uma pesquisa recém-publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos revelou que uma de cada 36 crianças com menos de oito anos tem autismo.
Os casos acontecem nas mais diversas famílias, independentemente de classe social ou região. Não há diferença de etnia, cultura, grupo socioeconômico ou outra característica diferencial. O que pode acontecer é que alguns recebem o diagnóstico mais tarde e, consequentemente, iniciam o tratamento e as terapias de forma tardia, tornando os casos graves proporcionalmente maiores.
De acordo com a psicóloga Dulce Miriam Raffide, o acesso à informação rompe preconceitos na conquista de espaços. “Em um mundo acostumado a padrões, eles são a própria diversidade. São um universo de possibilidades acerca do ser humano. Essas são características das pessoas com TEA, que, para as famílias, geram um novo universo repleto de desafios, onde é preciso saber entrar para compreender”, revelou.
O crescimento nos casos se dá por diversas razões e uma delas é o aumento no conhecimento sobre o assunto. O autismo é classificado em três níveis. No nível 1, o suporte necessário é menor e muitas vezes quem está ao lado nem percebe que a pessoa tem TEA. No nível 3 estão os casos que precisam de muito suporte, inclusive, em algumas situações, até para comer e tomar banho. Já o nível 2 é o moderado, onde as pessoas encontram dificuldades em conversar e com a comunicação não verbal, além de sofrerem muito com as mudanças etc.
Numa escala ainda maior em relação ao aumento dos casos de TEA está crescendo de forma significativa o número de pessoas, entidades, associações, grupos, agremiações partidárias, entre outras, que estão se envolvendo e realizando ações, palestras e grupos de estudos para auxiliarem famílias que convivem com esta nova realidade.
BARRA MANSA
O partido político AGIR foi o primeiro em Barra Mansa a criar uma presidência para a Causa dos Autistas. A presidente deste segmento é a Dra. Thainara de Sá, que falou da importância de existirem ações constantes de conscientização. “Quanto mais informação, menos preconceito. É muito relevante realizar atividades, como palestras, campanhas, ou outras quaisquer, que difundam informações para a população sobre o autismo, visando diminuir o preconceito com as pessoas que possuem o transtorno”, revelou, acrescentando que sua agremiação política irá realizar novos trabalhos de divulgação sobre o Transtorno do Espectro Autista.
- O AGIR acredita que todas as vozes merecem ser ouvidas e todas as perspectivas são valiosas. Trabalhamos com empenho para construir um futuro em que a diversidade neurocognitiva tenha visibilidade e seja respeitada, por isso, estamos programando novos eventos de conscientização em Barra Mansa, em busca de levar o conhecimento sobre o assunto para o maior número de pessoas possíveis – completou a presidente da Causa do Autista, Thainara de Sá.
VOLTA REDONDA
Na Cidade do Aço também existem muitas instituições que atuam nesta área e uma delas é a Apadem-VR (Associação de Pais de Autistas e Deficientes Mentais de Volta Redonda), que realizou neste mês, em parceria com a Prefeitura, uma Caminhada de Conscientização sobre o Autismo na cidade, além de palestras, atividades, passeios e uma sessão especial de cinema.
- Ficamos emocionados e agradecidos por ver tanta gente querida apoiando a causa do autismo. Com essa dose de amor, nós temos ainda mais certeza de que, juntos, conseguiremos transformar o mundo em um lugar mais inclusivo e acolhedor – disse a presidente da Apadem-VR, Thaís Vasconcelos.
BARRA DO PIRAÍ
Em Barra do Piraí foi inaugurado recentemente o novo Centro de Estímulo ao Desenvolvimento no Transtorno de Espectro Autista, que funciona na Rua Barão Santa Cruz, no Centro. O local respalda os portadores de TEA por meio de uma estrutura moderna e com o apoio de profissionais qualificados.
O prefeito Mário Esteves destacou que o Centro amplia o apoio e a assistência ao público, buscando auxiliar no enfrentamento de desafios relacionados ao TEA. “Este Centro é o resultado do trabalho árduo de muitas pessoas comprometidas em oferecer apoio e assistência às famílias afetadas pelo espectro autista em nosso município. Reconhecemos as necessidades únicas e os desafios enfrentados por aqueles com autismo, bem como suas famílias, e este local representa nosso compromisso em proporcionar recursos e serviços que promovam uma vida plena e inclusiva para todos”, disse.
Assim como nessas cidades citadas nesta reportagem, muitas outras em toda parte do país realizam atividades voltadas para este público, que merece carinho, respeito e atenção.
Por Diego Raffide
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