07 agosto, 2018
Comentários

Casa Firjan abre as portas para o público como um centro de inovação

Ambiente terá portfólio de cursos voltados aos desafios da nova economia e que serão replicados nos municípios do interior fluminense

A Firjan inaugurou sexta-feira, dia 3, em Botafogo, um centro de inovação e empreendedorismo voltado para acompanhar as constantes transformações do mercado de trabalho. Estudos apontam que 65% das crianças que entram hoje na educação básica terão, no futuro, profissões que ainda não existem, e que 30% das ocupações atuais não existiam há dez anos. E diante deste cenário desafiador a Casa Firjan vai integrar uma programação de palestras, laboratórios de tendências e cursos - alinhados às novas exigências do mercado - a um ambiente de debate e elaboração de políticas públicas, e uma agenda de atividades culturais. O objetivo é refletir, criar e entregar soluções para os desafios da nova economia.

Em um terreno de 10 mil m², na rua Guilhermina Guinle, a Casa Firjan abriga um novo prédio, de arquitetura contemporânea e premiada, e um patrimônio histórico restaurado, que inclui uma casa principal e duas outras casas geminadas construídas no início do século XX. Com uma expectativa de receber 50 mil visitantes até dezembro deste ano, a visitação será gratuita durante o mês de agosto e em todas as terças-feiras do ano.

Com uma programação abrangente, o espaço vai oferecer palestras, fóruns empresariais, debates, laboratórios de tendências, cursos estratégicos, exposições culturais, cinema ao ar livre, shows e agenda de visitas guiadas, reforçando a relevância do envolvimento em conjunto de diversos segmentos da sociedade para entender os novos caminhos da economia.

A Casa Firjan chega com a proposta de responder a questionamentos atuais do empreendedorismo, como quais serão as competências exigidas para os líderes e profissionais do futuro, quais serão as tendências, o ambiente regulatório apropriado e os modelos de conduta inclusiva e transparente nos negócios.

Legado para o Rio
“A Firjan tem orgulho de entregar um legado para a população do estado do Rio e do país, contribuindo ativamente para os desafios da nova economia”, afirma o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. “Com mais de 190 anos de atuação, primeiro como SAIN (Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional) em 1827, a Firjan dá mais um passo em direção ao desenvolvimento da indústria, dialogando com passado, presente e futuro ao ampliar sua atuação de acordo com os novos caminhos do setor produtivo”, conclui o presidente da federação.

Cada espaço tem um modelo de atuação. Erguido em 1906 pela família Guinle, que tem seu sobrenome atrelado à industrialização do país, o imóvel restaurado vai manter sua vocação histórica como um ambiente de encontros entre líderes de diversos segmentos do mercado e da sociedade, tendo uma atuação em modelo de “think tank“, sendo capaz de influenciar na elaboração de políticas públicas.

“Queremos reunir empresários e profissionais de todos os segmentos, jovens com vontade de empreender, universitários, professores, pesquisadores, todo o público envolvido e interessado no futuro e na construção de um Rio de Janeiro melhor. O engajamento da sociedade é indispensável”, aponta a gerente geral de Estratégia e Desenvolvimento da federação, Cristiane Alves.

Gerente da Casa Firjan, Gabriel Pinto ressalta a relevância do empreendimento como um espaço dedicado a acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado das transformações na sociedade, marcadas por tecnologias disruptivas e novas formas de aprender, consumir e empreender. “Os ciclos de conhecimento demoravam 100 anos para ser renovados no passado, período que diminuiu para dez anos com a chegada da internet nos anos 2000 e que tende a ser reduzido a 12 horas com a consolidação da Internet das Coisas, que permite que todos os objetos do uso diário de uma pessoa estejam conectados a máquinas e computadores”, explica Gabriel.

Com projeto arquitetônico premiado pelas soluções de sustentabilidade – como sistema de reuso de água da chuva e tecnologia para aproveitamento da energia solar –, o prédio novo tem ambientes flexíveis de aprendizagem para cursos da Firjan SENAI, laboratórios FabLab, estúdio audiovisual, auditório e espaço para trabalho colaborativo.

“Os cursos são voltados para atender às novas competências da indústria e do mercado de trabalho, por isso estarão alinhados a temas como inovação, empreendedorismo e novos modelos de negócio”, explica a diretora de Educação da Firjan SENAI, Andréa Marinho. Fabricação digital, design de produto, branding, design thinking e gamificação estão entre os 30 novos cursos que integram o catálogo da Casa Firjan. Serão oferecidas, a partir de setembro, 1200 vagas em cursos de curta duração, sendo 250 bolsas de estudos, para alunos de baixa renda por meio de editais. Grande parte dos temas inseridos no novo portfólio de cursos será replicada nas unidades da Firjan SENAI no interior fluminense.

Exposição “Transformação” marca a programação cultural
A primeira exposição da Casa Firjan apresenta a história da indústria e do empreendedorismo no Rio de Janeiro e no Brasil e seu poder de transformação ao longo dos anos. Lúdica e dinâmica, a mostra “Transformação” tem painéis digitais, objetos, esculturas e atividades interativas, convidando o público a entrar por um túnel e fazer um passeio pela história dos principais industriais do país até os dias de hoje. Ao contemplar o presente e vislumbrar o futuro da indústria e da sociedade como um todo, o visitante é levado a refletir sobre os desafios da nova economia.

Assinada pela diretora de arte Liana Brazil, a exposição marca a programação dos primeiros meses da Casa Firjan. Artistas premiados como Gustavo Prado, Raul Mourão, Adriana Eu e Túlio Pinto, sob a curadoria de Marcello Dantas.

A Casa Firjan terá mostras periódicas para debater e engajar o público acerca de temas de relevância para o estado do Rio e para o Brasil. A ideia é provocar e gerar perguntas sobre os mais variados temas, entendendo a importância da indústria no processo de desenvolvimento socioeconômico e a necessidade de engajamento por parte de todos agentes da sociedade na busca de transformações reais para o país.

O empreendimento abriga também um café comandado pela chef Flávia Quaresma e uma grandiosa coleção de livros doada pela família do dicionarista alagoano Aurélio Buarque de Holanda. Com mais de 7.700 obras, sendo 2 mil consideradas raras, o acervo reúne, por exemplo, a coletânea de sermões do Padre Antônio Vieira, de meados do século VXII. Presente em todas as regiões do estado, a Firjan inaugura um endereço estratégico, com modelo de atuação inovador. Com a Casa Firjan, que pode ser visitada pelo público, a federação passa a contar com 62 unidades no estado, sendo 33 no interior.


Comentários