17 fevereiro, 2014
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Com 16 votos a favor, Câmara Municipal de Barra Mansa aprova contas do ex-prefeito Zé Renato

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Revista Por Aqui escuta com exclusividade a versão de um vereador que votou a favor e outro que votou contra


A Câmara Municipal de Barra Mansa rejeitou no dia 03 de fevereiro o parecer do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) que recomendava a rejeição das contas do ex-prefeito Zé Renato (PMDB). Dos dezenove vereadores da cidade, Marcelo Borges (PT) e Elias Silva de Andrade, o Lia Preto (PR), votaram pela manutenção do parecer do TCE e rejeição das contas do ex-prefeito. O vereador Vicente de Paula Ferreira Júnior, o Pissula (PT) faltou à sessão, mas explicou o motivo de sua ausência e declarou seu voto.

“Não fui à votação, pois meu pai estava em uma cirurgia do coração. Meu voto seria pela reprovação das contas de Zé Renato, juntamente com o meu colega de partido (Marcelo Borges). Mesmo sabendo que o meu voto não faria a diferença, não votaria contra a minha cidade”, declarou Pissula.

A VOTAÇÃO:

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Durante a sessão, o plenário estava lotado com a presença da população e de alguns movimentos. O presidente Marcelo Borges explicou as regras da votação para o público, dizendo que os vereadores que fossem contra a aprovação das contas do ex-prefeito Zé Renato ficassem de pé. O público retrucou e pediu que cada vereador desse seu voto individualmente, explicando suas razões. O presidente colocou a sugestão em votação, mas foi negado pela maioria dos vereadores. Em seguida, Marcelo abriu a votação e somente ele e o vereador Lia Preto se levantaram (votaram contra a aprovação das contas de Zé Renato), o que causou uma série de protestos no plenário, principalmente de jovens militantes do PT por ser sido a minoria a votar contra.

Votaram a favor da aprovação das contas do ex-prefeito os vereadores Rodrigo Drable (PMDB), Leiteiro (PSDB), Luis Antônio Cardoso (PMDB), Baianinho (PV), Roque (PSDC), Luiz Furlani (PSDC), Beleza (PSC), Vicentinho (PSB), Paulo Chuchu (PSL), Denilson Câmara (PROS), Ricardo Arbex (PROS), José Marques (PCdoB), Ivan de Rialto (PCdoB), Pedrinho (SDD), Uéslei da Farmácia (PROS) e Jaime Alves (PRB).

Visando esclarecer os motivos dos votos e os pontos de vista dos dois lados, a revista Por Aqui entrou em contato com o vereador Luis Antonio Cardoso, representando os vereadores que votaram a favor da aprovação das contas do ex-prefeito e com o presidente Marcelo Borges, representando os vereadores que votaram contra a aprovação das contas de Zé Renato. Escutamos também a prefeitura de Barra Mansa e a FPL-BM (Frente Popular de Luta de Barra Mansa), que “repudiou a decisão do legislativo já que o TCE já tinha indicado a reprovação das contas do ex-prefeito”.

Luis Antonio Cardoso: ""Devido aos feriados de fim de ano e de começo de ano, foi creditado um valor da saúde na conta da Prefeitura ainda no mandato do Zé Renato alguns dias depois do prazo, já nos primeiros dias de 2013. Devido a este atraso, foi feito todo esse alarde, mas não houve irregularidade, apenas atraso do prazo, devido aos feriados. Como no colegiado todos são amigos e isso já aconteceu outras vezes no passado, chegamos a este entendimento"".

Marcelo Borges: Um dos motivos particulares por eu ter votado contra as contas foi porque eu acompanhei o governo do Zé Renato durante os quatro anos e por diversas vezes o alertei sobre o uso do dinheiro público, pois ele estava sendo usado de maneira irregular. Prova disso é o grupo CIAC, que foi o campeão de farra do dinheiro público. Teve muita inelegibilidade de licitação, esse grupo responde por vários atos de improbidade administrativa. Tem várias cidades da região que os prefeitos estão sendo punidos e eu achei coerente reprovar as contas do ex-prefeito porque o Tribunal de Contas é mais técnico e tem mais capacidade. Depois de ter acesso ao relatório do Tribunal de Contas, eu me orientei, me certifiquei, fiscalizei e fui a favor da decisão do Tribunal.

Prefeitura de Barra Mansa: Respeitamos a decisão do Poder Legislativo, uma vez que adotamos sempre a postura de não interferir nos trabalhos dos vereadores. O TCE decidiu que as contas deveriam ser rejeitadas, mas a maioria dos vereadores achou por bem votar contra o parecer do Tribunal e nós respeitamos a decisão. A Prefeitura não é uma instituição política, por isso, não cabe a ela aprovar ou reprovar as decisões do Legislativo. É importante manter uma relação republicana com a Câmara Municipal. Trata-se de obrigação elementar de todo governante.

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