10 setembro, 2024
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Com aumento na conta de luz e queda de 85% no preço das baterias, sistemas de armazenamento entram no radar dos consumidores brasileiros

O recente anúncio de aumento na conta de luz dos brasileiros para este mês de setembro reacendeu a preocupação dos consumidores brasileiros com a segurança de suprimento de eletricidade energética e a blindagem contra a inflação energética no País. Com queda de cerca de 85% no preço das baterias no mercado internacional, os sistemas de armazenamento passam a ser considerados um necessário e atrativo investimento em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais.  
 
A avaliação é da especialista Sophia Costa, head de novos negócios da Holu, fornecedora de soluções de comercialização e instalação de sistemas de energia solar e tecnologias sustentáveis no Brasil. Segundo a executiva, projeções de analistas de mercado indicam que o setor de baterias de lítio no Brasil deve crescer a uma taxa composta anual (CAGR) entre 20% e 30% até 2030.
 
“Observamos que o mercado de sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS) está em plena ascensão global, com o uso de baterias de íons de lítio consolidando-se como uma realidade em diversas partes do mundo. Atualmente, estima-se que mais de 2 milhões de baterias já estejam instaladas em residências, com destaque para países como Estados Unidos, Alemanha e Austrália. A chegada dessa tecnologia ao Brasil era apenas uma questão de tempo”, comenta.
 
“Nos próximos anos, tanto residências quanto empresas brasileiras adotarão esses sistemas em larga escala, impulsionados pela busca por maior segurança energética, sustentabilidade e independência das redes elétricas tradicionais”, acrescenta Sophia.
 
Essa tendência é corroborada pelo estudo recente da Agência Internacional de Energia (IEA), que mostra que a capacidade instalada global de armazenamento em baterias aumentou 200 gigawatts (GW) no ano passado para mais de 1 terawatt (TW) até o final da década, chegando a quase 5 TW até 2050.
 
A executiva da Holu lembra ainda que, aqui no Brasil, a tendência de ampliação do uso de baterias foi amplamente percebida durante a Intersolar South America, uma das maiores feiras mundiais de energia solar e tecnologias correlatas, que aconteceu em São Paulo (SP) no final de agosto, com centenas de fabricantes internacionais trazendo as novas soluções de armazenamento para o mercado brasileiro.
 
Na visão da especialista, a redução de preços das baterias permite que mais consumidores considerem a implantação de sistemas de armazenamento de energia, não apenas como uma solução de backup, mas também como uma forma de se blindar da inflação energética, reduzir custos e eliminar prejuízos com a falta de abastecimento.  
 
“Em primeiro lugar, a segurança energética é um dos principais benefícios, evitando prejuízos financeiros decorrentes de interrupções no fornecimento de energia. Para empresas, especialmente aquelas que dependem de energia contínua, como comércios, restaurantes e mercados, as baterias garantem que as operações não sejam paralisadas, evitando perdas substanciais, como a deterioração de estoques de produtos refrigerados”, explica Sophia.
 
“Em residências, além de proteger eletrodomésticos contra danos causados por picos de energia, as baterias asseguram o conforto dos moradores durante apagões, preservando alimentos e até mesmo vinhos em adegas, e garantindo a continuidade de serviços críticos para pessoas que dependem de equipamentos médicos, como UTIs domiciliares”, complementa a executiva da Holu.
 
A especialista destaca ainda que, embora as baterias de lítio sejam frequentemente associadas a sistemas solares em telhados, sua utilização não se restringe a quem possui painéis fotovoltaicos. “As baterias podem ser carregadas diretamente a partir da rede elétrica e utilizadas como backup em caso de falhas no fornecimento, tornando-se uma solução versátil tanto para residências quanto para empresas que buscam maior autonomia e segurança energética. Além disso, essas baterias podem operar tanto em sistemas off-grid, proporcionando total independência da rede elétrica, quanto em sistemas on-grid, complementando o fornecimento de energia em caso de interrupções ou falhas na rede”, conclui.
 

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