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16 julho, 2018
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Pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Trindade critica corrupção em obras públicas

A paralisação das obras da BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora e é a única via de acesso a Petrópolis, foi citada pelo pré-candidato do partido Novo ao governo do Rio, Marcelo Trindade, como exemplo da má gestão da concessão de serviço público por causa de corrupção.

"O governo corrupto tem as suas decisões movidas por quem vai corrompê-lo, isto é, pelos empresários e empreiteiros que vão corromper o governador, o prefeito, o gestor público corrupto. E a fiscalização e a supervisão também não acontecem pela mesma razão, porque os interesses privados capturam o interesse público do regulador", afirmou o pré-candidato em entrevista ao programa “Direito e cidadania em evidência”, da TV Vila Imperial, apresentado por Miguel Barreto.

Trindade disse a BR-040 é uma prova de que governos corruptos provocam também o planejamento equivocado das ações da iniciativa privada. Segundo ele, o Partido Novo defende intensamente a privatização e que o estado foque sua atuação nas áreas de educação, saúde, segurança e qualidade dos serviços públicos.

"Já vimos o que a corrupção e a má gestão pública são capazes de fazer, mesmo com a privatização. A gestão e a fiscalização foram malfeitas, a conclusão da obra foi adiada em troca de uma prorrogação da concessão, o concessionário se envolveu na Lava Jato e a obra não foi entregue".

Trindade afirmou também que o problema da BR-040 mostra que o Estado Rio de Janeiro tem o dever de conceder novas estradas, como o exemplo da Serra Velha, criando competição entre rodovias federais e estaduais.

"O Estado de São Paulo é o maior exemplo no Brasil de concessão de rodovias estaduais extremamente bem-sucedidas, com dezenas de rodovias estaduais, com padrão de primeiro mundo, gerando atividade econômica no estado. O Rio de Janeiro tem que fazer isso, tem que conceder novas estradas, privatizar estradas antigas, além de projetos como este do acesso ferroviário ou de um bonde com acesso à Serra Velha, criando também uma atração turística”.

Mas o pré-candidato observou que tudo isso só vai funcionar “se houver supervisão adequada do estado". Ele acrescentou que é preciso que haja agências independentes, qualificadas, que cobrem o cumprimento dos contratos de concessão, cancelando-os se essas obrigações não forem cumpridas.

O pré-candidato ao governo do Rio pelo Partido Novo defendeu que o estado concentre sua atuação nos serviços públicos essenciais de educação, saúde e segurança, mas gerindo a máquina pública para servir ao interesse público.

"Os servidores dessas áreas formam uma mão de obra extremamente qualificada, mas frustrada com o desenvolvimento dos seus sonhos, pelos privilégios que eles enxergam, concedidos a este ou àquele cargo, a poucos beneficiários com grandes privilégios", disse, lembrando do atraso de salário que atingiu os servidores ano passado.



"Essas pessoas que não pagaram os salários dos servidores vão se apresentar de novo como candidatos nas eleições deste ano e vão fazer a mesma política de promessas vãs, de fábrica inexistente de dinheiro público, o que vai levar de novo ao não pagamento dos salários porque não há capacidade de pagamento. Pagam enormes privilégios para poucos servidores públicos, que se beneficiam em detrimento de todos os outros", disse.

Sobre a prisão de vários governantes do Estado do Rio e de parlamentares de Petrópolis (como o presidente da Câmara), Marcelo Trindade destacou a bandeira do partido Novo de renovação da política velha:

"Na visão do Partido Novo, a gente só vai combater a velha política com novos políticos, que não dependam desses cargos. A corrupção é fruto da permanente manutenção das mesmas pessoas nos cargos políticos porque isso determina as suas escolhas, que miram tudo em quatro anos para se reeleger, sem visão de longo prazo", disse.

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