15:10 - Barra Mansa ganha Centro Especializado de Atendimento à Mulher
"Evento contou com presença de autoridades e representantes de movimentos feministas
As mulheres de Barra Mansa ganharam reforço na garantia de seus direitos. A prefeitura, por meio da secretaria municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, e a subsecretaria estadual de Defesa do Direito da Mulher, inauguraram na tarde desta segunda-feira, dia 02, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), no Parque da Cidade.
O evento contou com a presença do prefeito Jonas Marins; da secretária municipal de Assistência Social, Maria José Cezar; da subsecretária estadual de Políticas para as Mulheres, Adriana Valle Motta; da deputada estadual Inês Pandeló; e da secretária de Políticas para Mulheres do município do Rio de Janeiro, Ana Costa. Dezenas de mulheres de movimentos sociais e políticos de Barra Mansa também participaram da cerimônia.
O CEAM conta com psicólogos, assistentes sociais e jurídicos. O trabalho da equipe é proporcionar a garantia dos direitos das mulheres. “Os profissionais farão acolhimento e acompanhamento de casos de violência doméstica, darão orientações sobre os direitos das mulheres, além de encaminhamentos para as secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Habitação, Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) e Defensoria Pública”, explicou Maria da Penha, coordenadora do órgão.
A coordenadora do CEAM divulgou os números de casos de violência contra a mulher registrados na delegacia de Barra Mansa, no ano passado. Foram 464 casos de lesões corporais, 490 ameaças de morte, 45 estupros, dois homicídios, três tentativas de estupro e três tentativas de homicídio. “Hoje, Barra Mansa dá mais um passo na construção de uma sociedade mais justa e sem violência contra a mulher. Não podemos prometer zerar os índices de violência, mas vamos trabalhar arduamente para diminuir esses números”, garantiu Maria José, secretária municipal de Assistência Social.
A deputada Inês Pandeló agradeceu a sensibilidade do prefeito Jonas Marins, que desde o início de seu governo batalhou para a instalação do CEAM na cidade. A parlamentar destacou que na semana passada, o Senado aprovou a CPMI que considera a violência doméstica como crime de tortura. “Apesar dos avanços e conquistas, muitas mulheres ainda sofrem agressões físicas e psicológicas e estão sendo assassinadas pelos seus companheiros. Isso é uma contradição. O Senado também qualificou o crime de femicídio, quando a vítima é morta por ser do sexo feminino”, comentou Inês.
Para a subsecretária Adriana Valle Motta, a instalação do CEAM é o resgate de uma dívida dos governos estadual e federal com Barra Mansa. “A cidade já foi referência no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, com os serviços prestados pelo extinto NIAM. Hoje, voltamos a oferecer às mulheres um atendimento digno e respeitoso através do CEAM”, argumentou Adriana.
O prefeito Jonas Marins afirmou que a violência doméstica é inaceitável e que vai continuar a defender e implantar políticas públicas que garantam mais respeito e dignidade às mulheres. “Oferecer o CEAM à população feminina é poder proporcionar mais um mecanismo de construção da cidadania das mulheres. Estou muito satisfeito, enquanto prefeito, de concretizar a realização deste projeto que irá atender mulheres em situação de violência e sem a possibilidade ou orientação necessária”, afirmou Jonas.
A instalação da unidade em Barra Mansa foi viabilizada graças a uma parceria entre os governos federal, estadual e municipal. Os recursos para compra dos equipamentos e do veículo vieram do governo federal. A prefeitura cedeu o imóvel para abrigar o órgão, arcou com as despesas da reforma do local e será responsável pela manutenção da equipe. O governo do Estado capacitou a equipe de profissionais e fará o acompanhamento do trabalho.
Homenagem – O Centro Especializado de Atendimento à Mulher foi nomeado Maria Aparecida Roseli Miranda, em homenagem a trabalhadora de 22 anos que foi encontrada morta em fevereiro de 2008, na usina da Votorantim Siderurgia, no bairro Saudade. Cinco anos depois, o crime continua sem solução e o autor não foi identificado. Os pais da jovem, Antônio e Maria Nazaré, compareceram ao evento e receberam dos governos municipal e estadual a miniatura da placa de inauguração do CEAM.
A subsecretária estadual solicitou aos pais de Maria Aparecida autorização para indicar o caso da jovem assassinada para ser apurado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Tivemos uma reunião com a ministra da Secretaria de Politicas Públicas para Mulheres, Eleonora Menicucci, e ela nos solicitou a indicação de três casos no estado do Rio para apuração pelo CNJ”, contou Adriana, que obteve resposta positiva dos pais. “Esperamos que a investigação seja finalizada e que o assassino seja punido”, disse Maria Nazaré.
"
Comentários