18 janeiro, 2012
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15:18 - Encontro de Quem Soube Fazer História no Futebol Amador de Volta Redonda

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A Organização Social de Interesse Público (Oscip), “Folha Seca Futebol Clube”, entidade organizada para atuar no desenvolvimento do esporte na região formada pelos bairros Vila Rica, Jardim Tiradentes, Casa de Pedra, Siderópolis, Belvedere e demais comunidades do entorno, em Volta Redonda, vai promover no dia 21 de janeiro (Sábado), a partir de 8 horas, o “I Encontro de Quem Soube Fazer História no Futebol Amador de Volta Redonda!”. O evento acontecerá no campo 4 do bairro Aero Clube, e terá como homenageados o jornalista e radialista Manoel Alves, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares.

Após as partidas de futebol, que reunirá duas equipes de veteranos e duas de jovens atletas do futebol amador da cidade do aço, haverá uma confraternização entre os participantes na sede da Associação de Moradores do Bairro Casa de Pedra. De acordo com um dos organizadores e dirigente da entidade “Folha Seca”, Syldio Marques dos Santos, o objetivo do evento é o de reunir talentos do futebol amador que “fizeram gloriosas as tarde de domingo de futebol em Volta Redonda”.

- Temos que enaltecer os craques que fizeram a felicidade de muitas comunidades em Volta Redonda com a simples arte de jogar futebol – afirmou.

Segundo Syldio Marques, o Folha Seca Futebol Clube foi criado em 2010 com o intuito de homenagear o ex-atleta do Botafogo de Futebol e Regatas e Seleção Brasileira, Waldir Pereira, o Didi. O craque botafoguense se notabilizou em razão da forma como batia com efeito na bola e ela caía no gol como uma folha, isso na Década de 50. Ele nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, em 08 de outubro de 1929.

 

HISTÓRIA - Com 14 anos, quase o mundo perdia de ver um de seus grandes gênios da bola em todos os tempos. Sofreu uma grave contusão no joelho durante uma pelada, na qual resultou em uma infecção que quase lhe custou a amputação de sua perna.
Totalmente recuperado, aos 16 anos de idade começou sua carreira nas categorias de base do São Cristóvão. Dois anos mais tarde estava atuando profissionalmente pelo Americano de Campos, depois seguiu para o Lençoense e para o Madureira.

Mas o primeiro passo de seu grande futebol aconteceria no Fluminense, seu time de coração, para onde rumou em 1946 e por lá ficou 10 anos, sendo considerado até hoje como um dos maiores jogadores que vestiram a camisa do tricolor carioca. Foi também onde conquistou seu primeiro título como profissional em 1951: o Campeonato Carioca. Pelo clube das Laranjeiras foram 298 jogos e 91 gols, uma boa média para quem jogava no meio-campo àquela época.

Em 1957 assinou contrato com o rival Botafogo e, ao lado de outros grandes nomes como Nilton Santos, Garrincha, Zagallo, Gérson, Amarildo e Quarentinha, formou um dos mais fortes planteis da história do futebol brasileiro. Pela equipe alvinegra foram 313 partidas e 113 gols marcados durante 7 anos, mais uma estupenda média. Com suas exuberantes apresentações e com o campeonato mundial com a Seleção Brasileira, em 1958, surgiu o convite do poderoso Real Madrid de Puskas, Di Stéfano e companhia. Na Espanha foram menos de 2 anos e nenhum título (1959 e 1960), mas o suficiente para deixar uma ótima marca de 58 jogos e 31 gols. Voltou ao Botafogo em 1960 para dar seguimento à sua brilhante carreira e conquistar mais títulos. Em 1962, após a Copa, parou de jogar, mas retornou em 1963 aos gramados para treinar e jogar pelo Veracruz, do México, até 1966. Depois, seguiu para o São Paulo onde se aposentou definitivamente no mesmo ano com a idade de 38.

Pela Seleção Brasileira foram 74 jogos e 21 gols, tendo estreado em 06 de abril de 1952 na vitória sobre o México por 2 a 0. Disputou o Pan-americano de 1954 e 3 Copas do Mundo - 1954, 58 e 62 – sagrando-se bicampeão nas duas últimas edições.

Pela sua elegância e toque de bola refinado ganhou o apelido de “Príncipe Etíope”. Também ficou bastante conhecido por ter sido o autor do primeiro gol do estádio do Maracanã, em 1950, na derrota do combinado carioca diante do paulista por 2 a 1. Mas seu grande feito foi ter imortalizado o famoso chute “Folha Seca” (1ª foto), que atualmente recebe também o nome de “trivela”, que nada mais é do que um fortíssimo chute com a parte externa do pé. Quando a bola vai se aproximando do gol começa a descair como uma folha seca em época de outono enganando completamente o goleiro. Essa invenção se deu no ano de 1956 numa partida entre o seu então clube Fluminense e o América/RJ pelo Campeonato Carioca.

Como curiosidade cumpriu uma promessa inusitada no ano de 1957, quando conquistou o título estadual pelo Botafogo: atravessou toda a cidade do Rio de Janeiro a pé como forma de agradecimento. Além de um craque em campo, Didi também era um líder nas equipes em que atuava. Ficará marcado para sempre o seu gesto na final da Copa de 1958. Após os suecos abrirem o placar, ele foi buscar a bola no fundo do gol brasileiro e saiu caminhando lentamente para o meio de campo, conversando, dando moral aos companheiros. Para muitos jogadores, o gesto foi fundamental para que o Brasil virasse a partida e conquistasse o seu primeiro título mundial.

Após o fim de sua trajetória dentro dos campos começava outra fora das 4 linhas como treinador. Como técnico teve passagens por vários clubes, como Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Bangu, River Plate/ARG, Fenerbahçe/TUR, Alianza Lima/PER, entre outros. Conquistou diversos títulos, dentre eles 5 vezes campeão turco e 3 como campeão peruano. Treinou ainda a seleção peruana, tendo classificado o país à Copa do Mundo de 1970 e perdendo justamente para o Brasil nas quartas-de-final por 4 a 2.

O Príncipe Etíope abandonou definitivamente o futebol em 1987 após uma operação na coluna. Em 12 de maio de 2001, Didi, então com 72 anos, faleceu decorrente de problemas cardíacos. Um ano antes havia entrado no Hall da Fama da FIFA, que tem entre outros gênios da bola como Beckenbauer, Cruyjff, Pelé e Platini. Deixou como legado uma das mais vitoriosas carreiras, seja como o jogador que participou de duas das maiores seleções de todos os tempos, seja como o treinador de importantes conquistas internacionais.

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