17 setembro, 2013
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8:13 - Saúde de Piraí é convidada a mostrar na Bélgica trabalho sobre hanseníase

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A Saúde de Piraí, eleita a melhor do Estado pela Federação das Indústrias (Firjan) e a de melhor desempenho do SUS, obteve mais um reconhecimento importante. Trabalho sobre hanseníase realizado na rede de unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município, em parceria com a UFRJ, foi selecionado para ser apresentado no 18º Congresso da International Leprosy Association, de 16 a 20 de setembro, em Bruxelas, na Bélgica.

O trabalho reduzi usto, tempo e capacita médicos da rede  municipal a fazerem procedimentos dermatológicos, inclusive pequenas cirurgias, o que trouxe mais agilidade e praticidade no tratamento da hanseníase. Antes, os pacientes do município esperavam cerca de 2 meses até eram encaminhados ao Rio de Janeiro para a realização do procedimento.

“Um aspecto importante do trabalho foi a motivação dos médicos e da equipe, que passaram a dispor informação completa sobre o paciente e de orientação técnica. Tudo fica devidamente documentado, para que o tratamento possa ser acompanhado, inclusive com participação de psicólogo”, afirma a enfermeira Érica Campos, do setor de Hanseníase da Secretaria de Saúde de Piraí. Ela cita que 300 casos de doenças dermatológicas já foram acompanhados e tratados sob essa nova orientação.

Maior eficácia

O trabalho, conhecido como “Matriciamento em Dermatologia, com ênfase em hanseníase”, é desenvolvido em parceria com o projeto  (des)Mancha Brasil, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e envolve os cursos de Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Psicologia. Trabalha com médicos de família e enfermeiros, em sessões clínicas nas quais são debatidos os casos de pacientes selecionados pelas equipes da ESF do município.

“O projeto desenvolve conhecimentos de dermatologia, epidemiologia e saúde coletiva, com ênfase para hanseníase, ampliando conhecimentos e possibilitando racionalizar o trabalho do dermatologista da rede SUS, que fica, assim, responsável pelos casos que realmente necessitam de suas habilidades específicas”, explica Maria Kátia Gomes, dermatologista e professora da UFRJ, que coordena a parceria com Piraí.

Maria Kátia Gomes ressalta que, segundo a literatura médica, em torno de 10 a 36% das consultas na área correspondem a doenças cutâneas e que nos Estados Unidos não-dermatologistas tratam aproximadamente 60% dessa demanda.

“Para aumentar a eficácia da ESF, é importante que os médicos de família sejam capazes de distinguir os problemas dermatológicos passíveis de tratamento na unidade básica de saúde, daqueles que necessitam de encaminhamento ao especialista. E este é um dos objetivos do projeto (des)Mancha Brasil, ou seja, capacitar as equipes da ESF para reconhecer e tratar as dermatoses mais comuns, com ênfase para hanseníase, bem como realizar trabalho educativo com a comunidade, visando a trocar informações sobre sinais e sintomas de dermatoses mais comuns e seu diagnóstico precoce”, acrescenta.

A International Leprosy Association é uma entidade de hansenólogos que organiza, com regularidade, congressos em que especialistas podem trocar informações sobre estudos e pesquisas a respeito da doença.

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