19 setembro, 2018
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Angra e Paraty em busca de título da Unesco

A beleza natural de Angra e os encantos do Centro Histórico de Paraty podem tornar as duas cidades Patrimônio Mundial Misto da Unesco. A apresentação técnica das candidaturas foi feita pelos prefeitos Fernando Jordão e Casé, durante uma cerimônia ocorrida na semana passada, na Cidade Histórica.

A candidatura Paraty: Cultura e Biodiversidade trata de um território de 130 mil hectares, em que o Centro Histórico se cerca de quatro áreas de preservação ambiental. Dessas quatro áreas, três ficam em Angra: o Parque Estadual da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Se aprovado, esse sítio misto terá o reconhecimento como um patrimônio cultural e natural.

Uma comitiva formada por especialistas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), órgãos assessores da Unesco, chegou a Paraty na segunda-feira (10) e ficou por lá até sexta-feira (14), quando veio para Angra dos Reis de helicóptero.

- Sobrevoamos a parte sul da Ilha Grande. Fizemos um voo bem panorâmico por cima da Reserva Biológica do Sul, que é um berçário, uma área muito rica em diversidade. Fizemos um voo bem contemplativo de Lopes Mendes. Sobrevoamos bastante a Lagoa Azul. Chegamos até o Pico do Papagaio, que foi um momento bonito do sobrevoo porque deu para ver toda a beleza da Ilha Grande, com toda nossa mata, nossa floresta, pegando as praias dois lados da Ilha. Os técnicos da Unesco ficaram realmente encantados com a beleza e a preservação que a Ilha Grande tem – avaliou o secretário Executivo de Meio Ambiente, Mário Reis.

No sábado (15), os membros da comitiva avaliaram alguns locais da Ilha Grande de lancha. Conheceram a Igreja de Santana, na praia de Freguesia de Santana, passaram pela Lagoa Azul, Lagoa Verde e foram até Jaconema, onde visitaram os projetos de maricultura e o de criação de peixe bijupirá. A vistoria terminou com a ida até a Vila de Dois Rios, onde estiveram no Museu do Cárcere. No domingo, último dia na Ilha Grande, os representantes da Unesco estiveram nas Ruínas do Lazareto, na Praia Preta, no Abraão, e em seguida retornaram ao Rio de Janeiro.

- Além de Angra entrar no cenário mundial como patrimônio natural, não tenho dúvidas de que investimentos virão para a proteção de toda essa nossa beleza, principalmente na área de saneamento básico. A gente vai desenvolver um plano de gestão e acredito que esse plano terá vários vieses e vamos conseguir investimentos e financiamentos nessa área. Angra como patrimônio natural vai ganhar muito – frisou Mário Reis.

A coordenação desse projeto da Unesco na prefeitura de Angra é do secretário de Desenvolvimento Econômico, João Carlos Rabello.

- Paraty há mais de uma década tenta esse título. Não conseguiu. Esbarrou na exigência de preservação ambiental ao lado do patrimônio e é aí que entra Angra com sua Ilha Grande. Paraty é linda, mas existem muitas cidades no Brasil e no mundo com conjunto de casarios coloniais, mas a Ilha Grande é única no mundo. E pelo deslumbramento dos técnicos da Unesco, se depender só da Ilha jóia de Angra, esse título é nosso – acredita João Carlos.

O prefeito Fernando Jordão diz que está pronto pra ajudar Paraty no que for preciso.

- Esse título se vier vai valorizar ainda mais o turismo na região. E Angra e Paraty merecem – afirmou o prefeito.



Etapas da candidatura



O processo de construção de candidatura começa com a preparação técnica do dossiê, entregue à Unesco em janeiro de 2018. Após a avaliação de especialistas do Icomos e IUCN, esses organismos, por meio de seus especialistas, farão um relatório final que irá subsidiar a análise do Comitê do Patrimônio Mundial. Até dezembro, os órgãos responsáveis pela candidatura, Iphan, Ministério do Meio Ambiente, prefeituras de Paraty, de Angra, e demais municípios envolvidos estão envolvidos na construção, em parceria, de um plano de gestão compartilhada do sítio.

            Além de dar visibilidade a esse importante destino brasileiro, o título cria um compromisso internacional na proteção do sítio histórico e natural. Em Minas Gerais, Conjunto Moderno da Pampulha recebeu o reconhecimento da Unesco em 2016. Desde então, o sítio recebe cerca de 50 mil visitantes a mais, por ano. Em 2017, mais de 191,3 mil pessoas foram visitar a Pampulha.

A expectativa é que este sítio formado por Angra e Paraty receba o título na próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, que vai ocorrer de 30 de junho a 10 de julho de 2019, em Baku, no Azerbaijão.




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