16 setembro, 2014
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Atual cenário presidenciável mostra equilíbrio com pequena vantagem para Marina

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Confira a análise das pesquisas para presidente e para governador do Rio de Janeiro


Reverter um quadro no cenário eleitoral é algo muito difícil de acontecer na política. Aqui no Brasil, nas eleições presidenciais, geralmente acontece o que as pesquisas apontam. Foi assim com Fernando Henrique, Lula e Dilma. Para 2014, a oposição esperava uma reviravolta, que parecia não chegar, para tentar impedir a reeleição da atual presidente Dilma. Sempre na frente nas pesquisas, antes de iniciar a campanha, Dilma se mostrou firme até mesmo após o vexame do Brasil na Copa do Mundo, quando muitos oposicionistas davam como certa a queda de intenções de votos da candidata à reeleição. Não aconteceu. Dilma continuou na frente.

. TRAGÉDIA
. COMOÇÃO POPULAR
. REVIRAVOLTA

No dia 13 de agosto aconteceu uma tragédia que todos nós já sabemos. O candidato à presidência da república, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião. Até o momento, as pesquisas eleitorais apontavam que o candidato do PSB tinha apenas 8% das intenções de voto. Dilma Rousseff (PT) liderava as pesquisas com 36% seguida de Aécio Neves (PSDB), com 20%. Dias após a morte de Campos, na primeira pesquisa eleitoral com o nome de Marina Silva (PSB) no cenário, vimos o reflexo da comoção popular com a morte do boa-praça Eduardo,  sua substituta chegando a impressionantes 21%, um crescimento de 13% em relação a Campos. Dilma e Aécio mantiveram 36% e 20% respectivamente. O cenário no 2º turno também foi favorável à Marina, que venceria a petista com 47% das intenções de votos contra 43% de Dilma.""

Podemos concluir que a tragédia que ceifou a vida do ex-governador de Pernambuco abalou o marasmo de uma eleição polarizada entre PT e PSDB. Se no passado o choque causado pelo suicídio de Getúlio Vargas alterou os rumos do Brasil e retardou em dez anos um golpe civil, a morte de Eduardo Campos pode ter tido efeito imediato, sendo comprovado pelas três pesquisas subsequentes, quando Marina subiu para 34%, se mantendo com a mesma média de pontuação nas seguintes. Dilma sempre se manteve na frente no 1º turno, apesar da existência de um empate técnico. Já no 2º turno, Marina venceria Dilma.
Hoje, conforme os gráficos ilustram, o cenário tem um Aécio enfraquecido e duas mulheres na real disputa para o cargo de presidente do Brasil. Será que este quadro vai se manter? Será que teremos outra reviravolta? Até o dia 5 de outubro muita coisa pode acontecer.
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Com a intenção de contribuir com a democracia, a revista Por Aqui escutou três lideranças de partidos que nos darão argumentos por que votar em seus respectivos candidatos.

Juarez de Magalhães (PT) – Secretário de Habitação e Interesse Social de Barra Mansa
Por que votar em Dilma Rousseff?

Porque ela representa a continuidade de um projeto de governo iniciado há 12 anos pelo presidente Lula que vem transformando o país. Um conjunto de políticas públicas bem-sucedidas nas diversas áreas garantiu de um lado a redução drástica da extrema pobreza no país e de outro a ascensão social de 32 milhões de cidadãos para a classe média, que garantiu o consumo e a produção. A estabilidade econômica com a geração de empregos, o aumento real de salários e a expansão do crédito blindou o país contra a crise econômica internacional iniciada em 2008. Não bastassem os ganhos sociais advindos do programa “Minha Casa Minha Vida”, o impacto positivo na economia, principalmente no setor da construção civil, aliado à expansão do crédito e à redução das taxas de juros dos bancos públicos que foram fundamentais no enfrentamento da crise. Somente Dilma garantirá a continuidade dessas políticas e da aplicação dos recursos do pré-sal na melhoria da qualidade do ensino e da saúde no Brasil. O pré-sal é o passaporte para o futuro do país.

Soraia Balieiro (PSB) – Vereadora de Resende
Por que votar em Marina Silva?

Nossa candidata do PSB, Marina Silva, possui mais de 20 anos de carreira política, desde o início é intolerante à corrupção. Marina não governa sob influência de indicações políticas e tem reconhecimento internacional. De acordo com o renomado jornal britânico, “The Guardian”, ela é uma das 50 personalidades que podem salvar o planeta. Marina nasceu pobre - como a maior parte dos brasileiros - e lutou sozinha pela sua alfabetização. Por isso sabe da importância da educação e pretende implementar a escola integral e o passe livre. Ela quer que nossos filhos tenham ar puro para respirar, água limpa para beber e comida saudável. Somente nossa candidata apresenta esta política sustentável nacionalmente. Ela deseja manter e ampliar as conquistas dos governos anteriores, mas realizar todas as mudanças necessárias, aprofundando a democracia.

Celso Pineschi (PSDB) – Presidente da Câmara Municipal de Quatis
Por que votar no Aécio Neves?

Aécio representa de fato a diferença, a mudança. Como governador de Minas, deu exemplo cortando despesas e melhorando os serviços públicos, hoje Minas tem a melhor Educação Fundamental do Brasil e o melhor sistema de saúde do sudeste, Aécio terminou sua segunda gestão com 92% de aprovação. Como Presidente da Câmara de Deputados, cortou despesas e privilégios economizando e devolvendo ao Governo Federal, criou o conselho de ética e liderou a mudança para o fim da imunidade parlamentar. Traz consigo a responsabilidade, a obrigação de se fazer um Brasil melhor. Com o apoio do PSDB essa mudança é segura, feita por um grupo de pessoas que em primeiro lugar acredita que valores, ética e decência na política têm de caminhar juntas.
O Brasil não aguenta mais aventuras, não podemos mais aceitar esse aprendizado. Esse aprendizado tem custado muito caro ao crescimento do Brasil, ao avanço das políticas sociais, à recuperação do emprego. Temos nossa região como exemplo do grande número de demissões nos últimos meses devido ao déficit no crescimento do nosso país.

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Mudança também no cenário para governador


O candidato ao governo do estado pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, momentaneamente, parecia estar neutralizado nas intenções de votos, ficando atrás nas pesquisas de seu principal concorrente, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e também de Marcelo Crivella (PRB). Na pesquisa divulgada no dia 12 de agosto o cenário era este: Garotinho (PR) 25%, Crivella (PRB) 18%, Pezão (PMDB) 16% e Lindbergh (PT) 12%.
Porém, depois do início do programa eleitoral, o candidato peemedebista subiu nove pontos em relação à última sondagem e agora tem 25% das intenções de votos, o mesmo percentual do deputado Anthony Garotinho (PR), que até então sempre liderou as pesquisas. Esta última pesquisa divulgada, mostrou que Garotinho terá um sério problema no segundo turno: Reconquistar boa parte dos 46%  que não votariam nele de jeito nenhum, se tornando o candidato com o maior índice de rejeição. Segundo a última pesquisa, realizada nos dias 8 e 9 de setembro, Garotinho perderia no 2º turno para Pezão ou para Crivella.

Concluindo podemos afirmar que teremos uma eleição equilibrada, com três candidatos com fortes chances de chegar ao 2º turno. A resposta de quem assumirá o Palácio Guanabara, como já sabemos, só no dia 5 de outubro.
As pesquisas divulgadas nesta reportagem são do instituto Datafolha. Vale ressaltar que outras pesquisas de outros institutos apontam o mesmo cenário, com seus valores iguais ou próximos destas averiguações divulgadas. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Na próxima edição, apresentaremos nosso debate impresso com alguns candidatos a deputado que estão em campanha aqui no sul do estado.

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