28 novembro, 2016
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Conferência de cultura nerd atrai milhares de pessoas em Volta Redonda

Evento reuniu amantes do mundo dos quadrinhos, séries de TV, cinema e games no Centro Cultural Fundação CSN


Milhares de pessoas compareceram neste domingo a VRCON, conferência de cultura nerd e pop que reuniu amantes do mundo dos quadrinhos, séries de TV, cinema e games. O Centro Cultural Fundação CSN, na Vila Santa Cecília, serviu de palco para o evento promovido pelo Grupo Akai – associação de cultura formada por jovens do Sul Fluminense.
O quadrinista internacional Daniel HDR, brasileiro que trabalhou para grandes editoras como DC Comics e Marvel Comics, o bicampeão mundial do jogo de videogame Just Dance, Diegho San, foram as principais atrações, além dos painéis para a discussão de filmes e desfiles e concursos de cosplayers (pessoas vestidas como personagens).
Daniel HDR conversou com o público e contou um pouco sobre a carreira dele de mais de 20 anos, a experiência nos mercados internacionais e deu dicas para os que sonham em ser desenhistas de histórias em quadrinhos como ele.
- A pessoa precisa entender que não depende de inspiração, ou só desenhar aquilo que gosta. Para ser desenhista é preciso ter disciplina, porque é um trabalho como outro qualquer, mas o diferencial é quando você trabalha com aquilo que você gosta. Isso alimenta muito a alma e é muito bom – orientou.
Sobre o evento e a presença de tantas pessoas, Daniel falou da particularidade de uma conferência de cultura pop.
- É muito legal ver um evento como esse, gratuito, e mobilizando tantas pessoas. A gente nota que a comunidade se mobilizou mesmo e até aqueles que não se interessam pela cultura pop ficam curiosos para vir conhecer um pouco do mundo, que é de certa forma exótico, com os cosplayers, os itens colecionáveis, então é bem bacana – comentou Daniel.
Questionado sobre como o universo dos quadrinhos reage à internet e as mídias digitais, Daniel resumiu.
- Acho que é uma forma de criar novos leitores. Estão nascendo os leitores casuais, que vem dos filmes, dos jogos, da mídia visual, então a internet acaba se tornando uma estratégia das editoras. Fiz por dois anos o quadrinho do Superman e primeiro ele era disponibilizado de forma digital, depois vinha o formato físico, então acredito que ele (revistas em quadrinho) não vai morrer, só vai mudar a forma como os leitores se relacionam – opinou, lembrando que quem é fã costuma querer ter o material físico.
Exemplo de integração é a hoteleira Patrícia Dornas Marins, que levou o filho de oito anos para conferir as atividades.
- É a minha primeira vez e estou gostando muito. Já dá para pensar nos próximos anos em expandir, porque realmente tem bastante gente que gosta desse tipo de evento. Vim a convite da minha irmã, que é do Conselho Jedi (fã-clube da série Star Wars), e trouxe meu filho. Ele adora Star Wars, Pokémon – disse.

A arte do cosplay

Uma das grandes atrações de um evento de cultura nerd é a presença dos cosplayers. O engenheiro Hans Rodrigues Lopes é uma dessas pessoas que gostam de se fantasiar e curtir o espaço caracterizado. Dessa vez, ele foi como o personagem “Dick Vigarista”, do desenho Corrida Maluca, e nem mesmo o forte calor tirou a simpatia de Hans que distribuiu sorrisos em fotos.
- As pessoas chegam, pedem para tirar foto e eu gosto. Costumo participar de campeonatos de cosplay mas hoje vim por lazer. Normalmente não tenho muito problema com calor, porque a gente já faz a fantasia com um material mais leve, pensando no tempo que vamos ficar caracterizados – explicou Hans, que já se vestiu como o mago Presto do clássico “Caverna do Dragão”, Coringa do Batman e Azir de League of Legends (LoL).
Outra que também estava caracterizada de um personagem de LoL foi a jovem Luana Rizkalla. Com 18 anos, ela contou que faz cosplay há dois anos. No entanto, diferente de Hans, a “Diana de LoL” sofria com o calor.
- Não tem como driblar o calor com essa roupa, o jeito é ficar na sombra – divertiu-se com a situação e tirando foto com o público.
O presidente do grupo Akai, Maicon Fagundes, se mostrou satisfeito com o sucesso do evento.
- Trabalhar com cultura é muito difícil, principalmente aqui na região. E um evento igual a esse, desse tamanho e de graça, eu nunca vi. Então é muito positivo, superou as nossas expectativas e a gente quer mostrar que dá para fazer um evento de qualidade e de graça – enfatizou, citando que a organização estima um público que participou da conferência de aproximadamente cinco mil pessoas.
A coordenadora do Centro Cultural Fundação CSN, Giane Carvalho, também se mostrou satisfeita com o público registrado.
- Esse é o segundo evento desse porte que recebemos e esse é o nosso objetivo, trazer as pessoas para conhecer as diferentes linguagens artísticas. E o VRCON é isso, uma reunião que canaliza várias manifestações artísticas – considerou Giane.

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