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04 setembro, 2015
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Crise brasileira desestimula investidores e faz o dólar disparar

Por Paulo Freitas - pauloh_freitas@yahoo.com.br
Analista de Mercado Financeiro (CNPI-T) - CPA-20

A situação do país está muito delicada. A falta de comprometimento do governo em melhorar a situação fiscal vem sendo observada com muita desconfiança pelo mercado e investidores externos. Os gastos públicos são enormes e só agora o governo sinalizou o fechamento de dez dos 39 ministérios para tentar diminuir a sangria da máquina pública. As agências de Rating, empresas responsáveis por atribuir notas e classificar se um país ou empresa é bom pagador, vem fazendo uma profunda análise do Brasil e o risco de perder o grau de investimento conquistado em 2008 é enorme. Com a perda desta nota, o Brasil se tornaria um país especulativo e poderia perder muitos investimentos externos. Com todos esses problemas, a bolsa de valores brasileira fechou em forte queda no mês de agosto, com baixa de 8,33%, ajudada também pelo pânico causado pela desaceleração da China e forte desvalorização das ações da Petrobrás, que segue mais nos noticiários policiais do que nos econômicos. No caso da China, o Brasil sofrerá muito caso a desaceleração continue, pois é o principal comprador de nossas matérias-primas. Na contramão da bolsa, o dólar vem subindo bem nos últimos dias devido à crise política que paira sobre o país. A moeda americana acabou fechando o mês de agosto valendo R$3,63, com alta de 5,91%, pressionando ainda mais a inflação, que voltou a assombrar, anos depois, a população. O IPCA, índice que reflete o custo de vida de famílias de 1 a 40 salários mínimos, sendo o principal indicador de inflação no Brasil, subiu 9,56% nos últimos 12 meses (ago/14 à jul/15), mas quem está sofrendo mais são as classes menos favorecidas, pois o alimento é o produto que mais subiu. Para tentar conter a inflação, o governo vem subindo a taxa de juros Selic há cerca de dois anos, quando estava em 7,25%, hoje está em 14,25%. Essa taxa é usada como referência pelos bancos para aplicar em movimentações financeiras, cartões de crédito, cheque especial, financiamentos, empréstimos e outros. Com a alta dos juros, normalmente as pessoas gastam menos, contendo a inflação, mas a consequência disto é ainda mais desaceleração no país, que este ano encolherá 2,26%, e em 2016 cairá mais 0,40%, segundo analistas. Apertem os cintos, pois ainda pode piorar bastante.

Em que investir?
Nesse cenário tão caótico em que o país se encontra o mais indicado para investidores conservadores é buscar investimentos de renda fixa. Existe uma gama enorme de investimentos para este perfil, mas a grande maioria se prende somente à poupança. É interessante buscar outros tipos de investimentos como LCI, LCA, Letras de Câmbio, CDB, Títulos do Tesouro e outros. É possível escolher investimentos pré-fixados ou até mesmo pós-fixados, que podem ser atrelados na inflação, protegendo seu capital.

Segue uma pequena demonstração de como podemos investir melhor nosso dinheiro:

Se investíssemos, há dois anos, R$50.000,00 na poupança e o mesmo valor em um CDB (100% CDI), o CDB iria ter um valor final hoje de R$61.835,00 e a poupança R$57.475,00. Uma diferença de R$4.360,00.

É importante frisar que a Poupança tem a mesma “segurança” que o CDB. Estes investimentos são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), no qual existe uma garantia de R$250.000,00 por CPF no caso de quebra de um banco.

Busque auxílio com pessoas qualificadas para entender seu perfil e alocar de forma correta seu capital.
Isto fará uma grande diferença no futuro.

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