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05 setembro, 2015
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Daniel Souza oficializa sua pré-candidatura e aposta no “novo” para conquistar seu espaço

Entrevista exclusiva com Daniel Souza, pré-candidato a prefeito de Barra Mansa pelo PT
Daniel Souza, um jovem advogado muito ligado à política, se declarou recentemente pré-candidato a prefeito de Barra Mansa pelo Partido dos Trabalhadores. Apesar da pouca idade (31), Daniel já tem muitas responsabilidades e um currículo profissional extenso. Estudou em sua infância e adolescência em colégios tradicionais de Barra Mansa, como a Sabec, o Verbo Divino e o Barão de Aiuruoca. Formou-se em direito no UBM, fez pós-graduação em Direito Privado na Veiga de Almeida, concluiu o mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais na UFF e atualmente, além de advogado, dá aulas de Direito Civil, Direito Administrativo e Introdução ao Direito no UGB. Também já coordenou uma pós-graduação em Processo Civil e já recebeu várias premiações importantes na área do Direito.
Em entrevista exclusiva para a revista Por Aqui, Daniel, que é filiado ao PT há 16 anos, revelou que seu nome já foi ventilado para ser candidato em outras oportunidades. “Meu nome já foi lançado dentro do partido em outras oportunidades, mas como estava finalizando meus estudos, não era o momento adequado. Agora que já me formei, tenho experiência profissional e o PT está aberto para novas candidaturas, acredito que seja o momento ideal”, revelou Daniel, acrescentando que sua candidatura é pra valer. “Acredito que minha candidatura represente o novo, a mudança, mas com conteúdo e propostas. Não estamos neste projeto por aventura. Existe um grau de seriedade muito elevado e vamos trabalhar muito para isso”.
Daniel construiu liderança estudantil durante o período em que fazia faculdade no UBM. “Fui presidente do DCE, nossa chapa foi reeleita e elegemos os sucessores”, comemorou Daniel enfatizando que em sua reeleição teve uma votação muito expressiva. “Em 2007, quando fomos reeleitos, tivemos mais votos dentro do UBM do que muitos vereadores eleitos na época”. Daniel também promove muitas discussões e debates no município sobre direitos humanos, maioridade penal, pena de morte e direitos das minorias. Como advogado, milita na área de direitos humanos.
Daniel não esconde a paixão pelo PT e, segundo ele, este sentimento é por causa da sigla ter em sua história a intenção de construir um Brasil melhor. “Se formos analisar em nossa história, veremos que sempre tivemos um partido alinhado aos interesses de alguma potência e outros com a intenção de construir o país, com um viés mais nacional. Vejo que o PT oferece um projeto de país para os brasileiros, até mesmo devido à formação do partido, que é plural, com muitas
boas experiências sociais, com a presença de exilados, intelectuais, operários, estudantes e membros de igrejas. O PT definitivamente colocou o trabalhador na política”.
Outra característica que Daniel ostenta é um alto grau de intelectualidade, que lhe dá solidez para debater assuntos políticos com autonomia, principalmente nesta época em que seu partido vem sendo bombardeado nas mídias devido à crise política. “A presença do PT na política incomoda, pois o partido se propôs a redistribuir a riqueza do país. Nossos programas sociais são premiados no mundo inteiro. Hoje, por exemplo, podemos ver uma secretária do lar com uma bolsa de grife igual a da patroa. O PT veio para quebrar paradigmas e alguns setores da sociedade não ficam confortáveis com isso”. Daniel ainda citou o livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, um polímata brasileiro que se dedicou à ensaística da interpretação do Brasil sob os ângulos da sociologia, antropologia e história, que enfatizava a formação da sociedade brasileira no contexto da miscigenação. Porém, o jovem político também reconheceu que, como em todos os partidos, no PT pode ter tido pessoas que não agiram com ética, mas que há uma generalização muito grande. “Claro que nem todos são desonestos. Não podemos generalizar. A corrupção é um problema do processo político brasileiro e não do PT especificamente. A cobrança feita ao PT é muito diferente da cobrança em outros partidos”, revelou.
Indagado sobre quais os políticos em quem tentará se inspirar, caso efetivamente seja inserido na política com algum cargo eletivo, o jovem não pensou duas vezes: “Fernando Haddad”, que assim como Daniel, também é formado em Direito e professor. “Eu admiro muito o Haddad. Além de ter a mesma profissão que eu, na última eleição para a prefeitura de São Paulo ele começou a corrida eleitoral com pouca intenção de voto, por ainda não ser um nome muito conhecido, mas durante a campanha foi ganhando força e venceu o Serra no segundo turno”, revelou, deixando transparecer que ficará na torcida para que aconteça o mesmo com ele nas eleições do ano que vem em Barra Mansa. Em dimensão regional, Daniel destacou o prefeito de Pinheiral, José Arimathéa Oliveira, que segundo ele, tem o mesmo perfil. “O Arimathéa é do PT e também é professor da escola agrícola”.
Sobre o governo Jonas Marins, Daniel acredita que o atual prefeito não tenha uma carta na manga para conseguir a reeleição. “O governo tem um desgaste difícil de recuperar faltando pouco tempo para a eleição. A máquina está parada e com esta crise o governo diz que não vai ter obra. Jonas não terá tempo hábil para ter uma carta na manga que altere o cenário e mude sua rejeição, que é altíssima. Lembro-me do primeiro governo do ex-prefeito Roosevelt Brasil, quando o sentimento era o mesmo. Não tinha muita obra na cidade, mas em compensação Roosevelt não tinha tanta rejeição como Jonas. Na reta final Roosevelt conseguiu colocar a máquina para funcionar e criou a Susep (Superintendência de Seguros Privados), por exemplo. Já Jonas não tem este recurso”, frisou Souza, acrescentando mais uma coincidência negativa ao prefeito comunista. “Quando a Inês foi prefeita, ela rompeu com o vice, teve uma rejeição muito grande e não conseguiu ser reeleita. O mesmo aconteceu no governo passado com Zé Renato e agora está acontecendo com o Jonas, que rompeu com seu vice, tem uma rejeição enorme e não deve se reeleger”.
Caso seja eleito prefeito de Barra Mansa em 2016, Daniel focará seu trabalho na melhoria de todos os setores, mas focará em duas vertentes que serão a bandeira de sua campanha: Desenvolvimento Econômico e Educação. O pré-candidato pretende criar debates qualificados sobre os assuntos. “Todo mundo fala em desenvolvimento econômico, mas ninguém conseguiu tirar bons projetos do papel. É necessário realizar um planejamento político-pedagógico da economia e criar um relacionamento com outras áreas. O crescimento da região simplesmente acompanhou o crescimento nacional. Não foi por mérito e sim no embalo do crescimento nacional. Teve mais obra porque tinha mais dinheiro, mas se for parar para analisar, a economia da região em si não cresceu tanto. Vou chamar os empresários para uma conversa para que possamos fazer um planejamento sólido de desenvolvimento econômico”. Sobre a educação, Daniel afirmou ser gabaritado para discutir o assunto. “Por ser professor, tenho condições de tocar bem esse debate. É necessário fazer da escola um lugar mais humano e agradável para as crianças, sem grades e sem sensação de presídio. É necessário melhorar o ambiente escolar, com a participação de psicólogos e, claro, melhorar a remuneração de todos os profissionais da área”.
Em relação a alianças para as eleições municipais, Daniel disse que assim que for definida sua candidatura, estará aberto para conversar com todas as forças políticas. “Depois de muito tempo o PT vai lançar um nome diferente. Estou aberto para conversar com todas as frentes, ao contrário do que era feito anteriormente, quando o antigo grupo não sentava para negociar com determinados grupos. Quero deixar o ranço de um PT radical e xiita para trás. Por eu ainda ser jovem, pode parecer que minha candidatura seja uma aventura, mas não é. O PT tem estrutura e uma grande base social. Este projeto de candidatura não é só meu. Tenho o respaldo de muita gente importante da sociedade barramansense, inclusive de ex-secretários municipais e alguns ex-vereadores”, finalizou Daniel.

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