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22 março, 2016
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Dia mundial da água: Prefeito de Resende destaca ações realizadas no Rio Sesmarias

Prefeitura desenvolve projeto de recuperação de nascentes e de matas ciliares


No Dia Mundial da Água, esta terça-feira, dia 22 de março, o prefeito de Resende, José Rechuan, destacou o trabalho realizado pela Prefeitura, junto com a ONG Crescente Fértil, para recuperação de nascentes e de matas ciliares da bacia do Rio Sesmaria. Os proprietários contemplados com o projeto se propuseram a destinar parte da sua propriedade à preservação ambiental, mediante pagamento.
- Estamos realizando esse trabalho no Sesmarias, mas queremos expandir as ações de prevenção e proteção das nascentes para outras bacias do nosso município. Precisamos proteger os recursos hídricos, que se tornam cada vez mais escassos no mundo e no nosso país – ressaltou o prefeito Rechuan.
Esse projeto faz parte de um convênio assinado, no ano passado, entre o município e a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap) que repassa os recursos. Já a Ong Crescente Fértil assinou um convênio com a Agevap, para ser a responsável pelas ações de recuperação na bacia do Sesmarias.
A Ong está executando e acompanhando o levantamento dos produtores, áreas que serão recuperadas e as ações que serão tomadas para recuperação, como reflorestamento, enriquecimento do solo, plantio de mudas, entre outras medidas que serão colocadas em prática no decorrer de 2016.
        Os convênios terão duração de dois anos. Para cada hectare de área recuperada o produtor rural receberá o valor de R$ 200 no final de cada ano. O pagamento será repassado pela Agevap ao município e ficará depositado no Fundo Municipal de Conservação Ambiental. O pagamento ao produtor será proporcional aos serviços prestados, considerando a extensão e a característica da área preservada.
Os cinco produtores rurais contemplados passaram por um processo seletivo, que ao todo contou com a participação de 12 produtores. A seleção avaliou, principalmente, requisitos que atendiam as demandas do projeto de recuperação.
As ações na bacia do Sesmarias são norteadas pela lei municipal que instituiu o Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais, direcionado ao proprietário de área rural no Município de Resende que destinar parte de sua propriedade para fins de preservação e conservação de ecossistemas naturais.
O prefeito lembrou também os serviços de desassoreamento das margens da foz do rio Sesmaria, que acontecem em parceria com o Programa Limpa Rio do Governo do Estado. O trabalho prevê a retirada de bancos de areia e barro, desde a ponte onde ele deságua no Rio Paraíba do Sul até a Ponte Nilo Peçanha (Ponte Velha).
- Os serviços foram solicitados pela Defesa Civil com a finalidade de melhorar o escoamento do Rio Sesmarias, minimizando os impactos de alagamentos no período de chuvas de verão. É uma limpeza preventiva – ressaltou Rechuan, acrescentando que os trabalhos têm duração prevista de três meses.
Segundo ele, o desassoreamento das margens da foz do rio Sesmarias fazem parte de uma série de medidas preventivas adotadas pela Prefeitura para evitar enchentes, como ocorreram em 2010. O governo municipal realizou também obras de contenção, através de um convênio entre a Prefeitura e o Ministério da Integração Nacional, num investimento aproximado de R$ 3,5 milhões, recursos do Governo Federal com contrapartida do município.
Os serviços tiveram início em 2011 e englobaram a construção de cinco muros de contenções tipo gabião (cestos de pedras amarrados) perto da Universidade Estácio de Sá, entre as regiões do Manejo e Jardim Brasília; no Parque Ipiranga, próximo ao Asilo Nicolino Gulhot; no Jardim Brasília II, nos fundos da Associação Pestalozzi de Resende; e dois no Loteamento Barbosa Lima. Cerca de 600 metros de muros foram construídos.
Ainda foram feitos serviços de aterro e drenagem atrás dos muros, no bairro Parque Ipiranga e Jardim Brasília (na altura da Pestalozzi) e o alinhamento do muro junto à cabeceira da ponte localizada próximo à Universidade Estácio de Sá.
Já os serviços de desassoreamento aconteceram no trecho entre o bairro Ipiranga e o rio Paraíba do Sul. Na época a Prefeitura retirou 1.600 caminhões de lixo e entulho, o que representa 25 mil metros cúbicos a menos de material depositado nos fundos do Rio Sesmarias.
O resultado dessa obra foi apontado num estudo feito pela Defesa Civil. No normal a lâmina d’água do Sesmarias mede de 50 centímetros a um metro de altura. Em 2010 quando ocorreram as enchentes, o nível chegou a três metros de altura. Agora em janeiro de 2016 o rio chegou a quase quatro metros de altura, por conta da cabeça d’água que caiu no início do ano, e com as fortes chuvas que atingiram seus afluentes.
A Defesa Civil comparou também os volumes de chuva em 2010 e 2016. Até o dia 16 de janeiro, foram registrados 350 milímetros de chuva (350 litros de água por metro quadrado). Na enchente de novembro de 2010, no acumulado do mês todo foram registrados 180 milímetros de chuva (180 litros por metro quadrado). Ou seja, neste início de 2016 choveu mais que o dobro do que no período da enchente.
- Isso significa que com quase o dobro de chuva o Sesmarias conseguiu escoar sem causar enchentes e alagamentos em residências. Diferente do que foi registrado em 2010 quando 180 casas foram invadidas pelas águas desse afluente do Paraíba. Antes das obras as margens do rio desmoronavam constantemente, causando mais assoreamento – salientou o coordenador da Defesa Civil, Atanagildo Oliveira.

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