Falta de planejamento no uso dos royalties pode ser um dos motivos da crise no Rio
A crise orçamentária pela qual o governo do Estado do Rio está passando pode ter origem na falta de planejamento dos royalties do petróleo. Essa é uma das conclusões do professor de Direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Newton de Oliveira. Segundo ele, com a queda do preço do produto no mercado global e no Brasil, os setores mais afetados são os ligados direta e indiretamente à cadeia produtiva da economia do petróleo, ou seja, praticamente toda a economia fluminense.
“Trata-se de imprudência e imperícia por falta absoluta de planejamento no uso dos recursos oriundos da exploração de petróleo, repetindo o exemplo clássico de fracasso da cidade de Abeerden, no Reino Unido, que passou por problemas semelhantes. Além disso, houve uma redução nos investimentos da Petrobras, o que aumentou a preocupação dos empregados da empresa, que temem mais demissões na estatal”, alerta.
Segundo ele, além disso, vem sendo dado um tratamento errado à crise, já que não estão sendo atacados os problemas estruturais. “O tamanho da máquina pública foi construído nos tempos de bonança na ótica do atendimento dos interesses políticos clientelistas, descurando-se de investimentos em criação e manutenção dos setores estratégicos do estado. Se não forem tomadas medidas corretivas profundas e rápidas, todo o legado do período de crescimento será posto a perder”, afirma.
Por falta de recursos, o estado vem atrasando o pagamento dos salários do funcionalismo. A crise orçamentária também impactou gravemente a área de Saúde e o estado teve que transferir a gestão de dois hospitais para a Prefeitura do Rio.
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