25 novembro, 2015
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Floresta da Cicuta é tema de audiência pública em Barra Mansa

Evento debateu pedido da CSN de recategorização da área para RPPN

A prefeitura de Barra Mansa, através da secretaria municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizou na noite desta terça-feira, dia 24, no UBM (Centro Universitário de Barra Mansa), audiência pública sobre a Floresta da Cicuta. O foco principal foi debater a solicitação da CSN de mudança da categoria da unidade de conservação de ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico) para RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural).

Cerca de 100 pessoas participaram da audiência, que contou com a presença do prefeito Jonas Marins; do presidente do Conselho da Cidade e secretário municipal de Planejamento Urbano, Ronaldo Alves; do presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema), Leonardo Amado; do gerente-geral de Meio Ambiente da CSN, Cláudio Graffunder; e da coordenadora regional do ICMBio (Instituto Chico Mendes), Andrea Nogueira Ribeiro. Representantes de diversas entidades, secretários municipais e vereadores também estiveram presentes.

A primeira parte do evento foi destinada às apresentações dos órgãos envolvidos. Logo depois, a programação foi aberta para perguntas e considerações dos participantes. O debate durou cerca de três horas. O presidente do Condema afirmou que para dar andamento ao processo de mudança da categoria da área é preciso sanar as dúvidas sobre a diferença entre ARIE e RPPN.

"Como ambientalista digo: a Floresta da Cicuta é intocável. Qualquer categoria prevê a preservação da fauna e da flora. Nossa discussão aqui envolve a participação popular no processo e, para que ele prossiga, é preciso tirar todas as dúvidas. Esse momento faz com que os atores envolvidos mostrem o que é e o que será feito em cada categoria de classificação da unidade", destacou Leonardo.

Em sua apresentação ao público, Cláudio Graffunder falou sobre a gestão da Floresta da Cicuta, feita por meio de uma parceria entre o ICMBio e a CSN. "A empresa tem um termo de compromisso firmado com o Instituto Chico Mendes, que garante a ótima gestão do local. Independente de categoria, a Floresta é uma unidade de conservação. O objetivo da mudança é manter a preservação de forma perpétua, na qual não poderá ser usada para outro fim. A CSN vai apenas assumir o que já existe hoje, pois, sem a parceria com a empresa, a gestão não se manteria", disse o gerente-geral, acrescentando que cerca de R$ 950 mil são investidos anualmente pela CSN na área.

A coordenadora do ICMBio, por sua vez, explicou que o Instituto faz a gestão de 320 unidades de conservação. "Essa parceria entre o Instituto e a CSN tem dado certo. Em fevereiro deste ano recebemos o pedido de recategorização da Floresta da Cicuta por parte da empresa, mas não há nada definido. Todas as informações debatidas aqui serão levadas aos demais responsáveis do Instituto no Rio de Janeiro e em Brasília para que a melhor decisão seja tomada", salientou Andrea.

Para Jonas, o debate foi rico e gerou um momento de grande reflexão sobre a importância da preservação da Floresta. "Eu vim para ouvir e aprender. A audiência pública foi muito proveitosa. Não é um debate de Barra Mansa, o que importa não é o tamanho da área que fica aqui ou em Volta Redonda. O que queremos é a preservação da Floresta da Cicuta. Meu próximo passo é chamar a Comissão Ambiental Sul novamente para traçar um plano de ação e comunicar a decisão à CSN", finalizou o prefeito.

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