23 outubro, 2013
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Homenagem a Guilherme de Carvalho Cruz

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Guilherme de Carvalho Cruz (foto)

 

Introdução por Dr. Gabriel Altino Campos - Presidente de Honra da revista Por Aqui

Dentre as ocorrências marcantes, a Revista Por Aqui, através da sua equipe, clientes e leitores, vem expressar nossas sentidas condolências pelo falecimento do reconhecido benemérito de Barra Mansa e do Sul Fluminense, Guilherme de Carvalho Cruz, por seu idealismo e realizações, muito bem enfatizados na despedida, pelo  eloquente e admirado orador , radialista Oscar Nora, no Salão Nobre da UBM, num memorial histórico que, para maior conhecimento e arquivo dos amigos, alunos, e doutores formados pela UBM, nos permitiu transcrever:

 

Por Oscar Marchi Nora

- GUILHERME DE CARVALHO CRUZ

A caminhada de Guilherme de Carvalho Cruz para o mundo espiritual deixa um grande e profundo vazio no coração dos seus familiares, dos seus amigos, dos seus colaboradores. ""

Por mais que se queira compreender o giro natural e imutável do ciclo da vida, por mais que haja esforço para o desapego, o inesperado da despedida fere ainda mais dolorosamente o coração de todos nós.

A soma dos algarismos da sua idade – oitenta e dois – define bem a pontuada passagem de Guilherme de Carvalho Cruz: um cidadão nota dez que ao longo da vida colecionou admiradores confessos.

Em sua edição do dia 30 de setembro passado - o diário A Voz da Cidade lhe rendeu homenagem como personagem da coluna Gente que Faz História. A respeito do Dr. Guilherme o jornalista escreveu o seguinte:

Um jovem de 82 anos é o homenageado desta semana da coluna Gente que Faz História. Como não chamar de jovem quem aponta como desafio continuar concretizando o sonho de sua juventude, de proporcionar curso superior às pessoas do interior? Este jovem é Guilherme de Carvalho Cruz, atual reitor, pró-reitor acadêmico e presidente da mantenedora do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM).

Filho do ferroviário José Maria da Cruz e da dona de casa Florência de Carvalho Cruz, Guilherme sempre esteve envolvido com o ensino, desde 1949, quando foi criada a Escola Técnica de Comércio. Deu aula no curso de Contabilidade Geral nesta escola que mais tarde se tornou a Sabec.

Quem vê o reitor tão lúcido e bem-disposto falando sobre o passado – fazendo questão de buscar fotos pessoalmente e acompanhar a equipe até a porta da mantenedora na despedida – não imagina que, na gestação fora desenganado pelo médico. Nascido em Barra Mansa, no dia 10 de agosto de 1931, em casa, pelas mãos de uma parteira, teve a formação óssea prejudicada e sofreu de amigdalite crônica.

“Tive três irmãos: Haroldo, Theresinha e Maria Ignes. Nenhum está vivo. Pelo meu histórico, eu é que deveria ter partido antes. No terceiro mês de gestação, minha mãe teve uma hemorragia constante. O médico disse que teria que me sacrificar, mas, ela, muito católica, não quis. Nasci praticamente sem formação óssea, era quase cartilaginoso, e só comecei a andar aos três anos”, lembrou, acrescentando que os remédios eram muito caros e que, apesar dos vários tratamentos, corria o risco de nunca poder andar.

Mas andou. Fez o primário em classes particulares, na casa de pessoas que tinham conhecimento e alfabetizavam, e o ginásio no Colégio Verbo Divino. Suas duas graduações foram cursadas nas primeiras turmas da recém-criada faculdade. “Nunca advoguei. Tive escritório de contabilidade, mas fiquei por conta da Sabec e da Sobeu”, disse, destacando que sua maior conquista foi a constituição de sua família.

Casado com Maria Apparecida de Athayde Cruz desde 26 de outubro de 1957, Guilherme é pai de Luiz Guilherme, já falecido, Aurealice, Sérgio Alexandre e José Maria. Foi justamente a esposa quem o motivou a deixar o Bloco das Paulas, que desfilava no carnaval da cidade. “Fui fundador e presidente do Bloco das Paulas, encerrado em 1969. Nós desfilávamos vestidos de mulher e eu tocava bumbo. Depois que me casei saí ainda mais um ano. No outro minha mulher me encostou na parede. Ela disse: “o bloco ou eu?”. Escolhi minha mulher”, contou sorrindo.

Desde a infância Guilherme se interessava por filantropia. Ele conta que, na década de 40, fundou e foi o primeiro presidente da Conferência de S. Tarcísio, da Sociedade S. Vicente de Paula. “Ela funcionava no Verbo Divino e prestava assistência a asilos, pessoas pobres”, relatou.

Na década de 50, Guilherme foi diretor tesoureiro da Associação Comercial da cidade (Aciap-BM); em 62 e 63, diretor tesoureiro do Clube Municipal. “Fui presidente do conselho deliberativo do Barra Mansa Country Clube, Fazenda S. Helena, por mais ou menos 40 anos, com algumas interrupções no mandato”, salientou.

O reitor conta, ainda, que foi membro do conselho deliberativo da Igreja Messiânica Mundial do Brasil, com sede em São Paulo, e que participou da comissão que construiu, no Centro, o templo messiânico da cidade. “Sou missionário da igreja, mas estou afastado por causa da idade. A regra da aposentadoria é aos 65 anos. Eu ainda fiquei como missionário até os 70, mas depois segui o caminho de todos”, disse. Segundo Guilherme, o movimento messiânico na cidade começou em 1964 e o templo foi inaugurado em maio de 2003.

SOBEU

A mantenedora do UBM, Sobeu, foi criada em 12 de outubro de 1961 pelos diretores da então Sociedade Anônima Barramansense de Ensino e Cultura (SABEC) e o então presidente da União Barramansense de Estudantes, Féres Osrraia Nader. Ou seja: aos 30 anos, Guilherme participou do grupo responsável pelo início da oferta de curso superior no interior. Estiveram com ele nessa empreitada seu irmão Haroldo Carvalho Cruz, Leandro Álvaro Chaves e Pedro Monteiro Chaves.

“Na década de 60, depois de muita luta, conseguimos aprovar o curso de Direito. O ensino superior era privilégio dos grandes centros e pessoas com muito recurso. Hoje, é diferente”, avaliou o reitor, que acompanhou a progressão da oferta de graduações e, hoje, atenta às demandas do mercado que orientam os rumos do Centro Universitário.

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Guilherme de Carvalho Cruz:

A família perde um chefe carinhoso;

O ensino perde um mestre vocacionado que, com formação acadêmica em direito e pedagogia, preferia ser lembrado como professor do que como advogado;

Seus parceiros empresários, um ótimo companheiro;

Os diretores, coordenadores, corpo docente, funcionários e colaboradores da Sobeu e do UBM, um líder verdadeiro;

Os alunos, um homem sensível, justo e generoso. Muitos inclusive, hoje profissionais atuantes, através das mídias sociais estão rendendo seus votos de gratidão pelo curso que puderam concluir;

Os amigos, um cara legal, leal e bom de papo;

O clube Santa Helena perde um craque, então já aposentado, das suas peladas semanais.

O Fluminense FC, um torcedor apaixonado;

O município de Barra Mansa perde um filho ilustre com marcantes realizações empresariais, sociais, humanitárias e religiosas;

A região sul fluminense e o Estado do Rio de Janeiro perdem o cidadão que ao lado do seu irmão Haroldo e dos sócios Feres e Leandro, pioneiramente implantou o ensino universitário e criou as primeiras estações geradoras de televisão e de rádio em frequência modulada do interior do estado. Empresas que, em determinado momento, formaram  um dos maiores sistemas de comunicação do interior do Brasil.

Guilherme de Carvalho Cruz vai para o mundo espiritual em excelente companhia. Sábado, dia 4, também deixou o mundo material seu amigo o Reverendíssimo Tetsuo Watanabe, presidente mundial da Igreja Messiânica. A dupla vai ter muito o que conversar.

Caro amigo Guilherme: Por enquanto ficamos nós aqui, agradecendo o privilégio de termos convivido com você.

Nosso abraço, nossa admiração, nosso respeito, nossa gratidão.

Até mais Guilherme.

(10/08/1931 – 06/10/2013)




 

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