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17 outubro, 2016
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Jornada de Itatiaia/RJ a Sete Lagoas/MG traz resgate aos sabores, natureza, arte e literatura

A equipe de filmagens da Land Rover grava a jornada para o programa “Filhos deste Solo” — que estreia em novembro no Canal OFF — partindo da sua fábrica. O episódio narrará a jornada do Range Rover Evoque número 1 saindo de Itatiaia/RJ com destino final a cidade de Sete Lagoas (MG). O trecho é praticamente um ode à tríplice divisa (MG, RJ e SP) em que a fábrica da Jaguar Land Rover se encontra.

Quem conduzirá este trajeto de 600 quilômetros é Felipe Gombossy, fotógrafo e cozinheiro. Ele vem de uma mistura criativa de “temperos”: de origem húngara com uma pitada do Nordeste, ele nasceu no sul do Brasil, cresceu em São Paulo e morou, também, em Belo Horizonte. As memórias afetivas inspiram seu trabalho como fotógrafo e alimentam sua paixão pela cozinha. A jornada será a base de pesquisa para o novo projeto de Felipe em sua galeria em São Paulo: uma instalação cujo tema será texturas e sabores de Minas.

A primeira parada é o Parque Nacional de Itatiaia, no Maciço de Itatiaia, Serra da Mantiqueira, onde Gombossy vai conhecer o ateliê de Tatiana Clauzet. A artista, após um período na Austrália, começou a pintar a natureza como sua inspiração. No dia seguinte, ele dirige até as cadeias de montanhas da Serra Fina, onde é possível ver que a estrada passa por trechos “acima das nuvens”. Além disso, conhecerá o Maciço das Prateleiras, uma das mais bonitas trilhas de montanhas do País; o cume do pico das Prateleiras tem 2.539 metros de altitude e exige preparo físico, pois apresenta trechos em que é preciso utilizar técnicas e material de escalada com alto grau de dificuldade. São estreitas passagens e desafiadoras fendas, como a chamada “Pulo do Gato”. A vista é deslumbrante: vê-se o Vale do Paraíba, a parte baixa do Itatiaia, a Serra do Mar ao longe.

Na sequência, Felipe pega a estrada em direção a Itatiaia de Minas Gerais, um dos mais antigos e autênticos vilarejo mineiro. Cercada por montanhas, a cidadezinha foi cenário de exploração e onde mais se produziu ouro, no século de XVI. Em 2014, artistas de Belo Horizonte criaram intervenções urbanas – grafismos – com o intuito de promover a cidade. Os moradores gostaram tanto que preservam a arte feita.

Na parada para o almoço, o viajante terá carne de lata e feijão tropeiro, comidas típicas, e ainda a presença de Paula Bastos Guimaraes de Faria que vai preparar uma sobremesa especial, a famosa banana do sufoco. A delícia leva este nome pois surgiu exatamente nesta situação inesperada – a casa teve que improvisar o prato um certo dia, onde não havia mais sobremesas para servir. Criou histórias, boas risadas e virou um sucesso.

Em Brumadinho a jornada encontra Edimar Silva, morador da região que nasceu no Quilombo do Sapé, um lugar de solo árido. Ao enxergar beleza nos galhos e plantas secas, ele começou a criar arranjos naturais. Aproximou-se do Instituto Inhotim por meio de um programa voltado para a integração da comunidade local e, desde então, passou a trabalhar como jardineiro no local. Hoje, Edimar é o florista responsável pelo jardim e pelo Viveiro, onde perpetua as mais de quatro mil espécies.

Em um passeio pelos jardins, Edimar apresenta inusitadas plantas com “sabor”, como a Buritirama – de onde se extrai um suco semelhante ao do Buriti –, a Macaúba que dá frutos deliciosos, e uma samambaia gigante cujo caule pode servir como alimento. A caminhada segue por entre espécies do mundo todo: plantas carnívoras, medicinais, aromáticas, aquáticas, e uma diversidade espetacular como a excêntrica flor-cadáver.

O último local a ser visitado é Sete Lagoas, onde vai acontecer o encontro com Francisco Guimarães Moreira Filho, conhecido como Criolo (apelido devido a sua pele muito branca). Aos 17 anos o jovem mal sabia que estava fazendo parte de uma travessia que entraria para a história do país. Com ele estava o diplomata, médico e escritor Guimarães Rosa, primo de seu pai, Chico. A experiência dos 10 dias e cerca de 240 km percorridos, tocando uma boiada até a fazenda São Francisco, resultou na célebre obra prima “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. Atualmente, Criolo é o último remanescente dessa expedição. O passeio vai até o ponto de chegada da tropa, a fazenda em Araçaí, e finalizado com uma deliciosa “galinhada”, preparada por Jucelma, filha de Criolo. “Apesar da escalada no Pico das Prateleiras, subir em uma boiada, foi a maior adrenalina da viagem”, revela Felipe.

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