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09 março, 2020
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Jovem surda de Barra Mansa supera dificuldades e vira profissional de Educação Física

Thaila, de 23 anos, conta sobre sua trajetória profissional e agora pretende ser inserida no mercado de trabalho

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado ontem, dia 8, vamos destacar a jovem barra-mansense Thaila Emerick, de 23 anos, que nasceu surda e, mesmo com os obstáculos encontrados devido a deficiência auditiva, seguiu sua vida normalmente, terminando a faculdade de Educação Física no final de 2019, no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM).
Sua formatura aconteceu em fevereiro deste ano. Agora, Thaila aguarda seu certificado do CREF (Conselho Regional de Educação Física) para entrar no mercado de trabalho. “Vai sair daqui a um mês, acredito”. Sobre a faculdade, a jovem relatou que não teve muitas dificuldades. “Fiz acompanhamento durante muito tempo no Centro Auditivo que tem na Apae. Passei por vários fonoaudiólogos e hoje, mesmo quando não estou usando o aparelho, falo relativamente bem. Fiz minha faculdade normalmente, com o acompanhamento de um intérprete e nunca repeti de ano. Durante o curso, a maior dificuldade que tive foi na matéria de anatomia, por ter palavras que não compreendia. Fiquei de dependência, mas depois passei”, revelou.
Sobre sua relação com os professores e alunos, Thaila garantiu que foi tratada sem diferenciações. “Sempre fui tratada de forma igual”, revelou, acrescentando que as maiores dificuldades foram para conseguir estágio.
- Tive dificuldades em arrumar estágio e conseguir horas complementares. Durante meu processo de formação, apenas uma vez me senti vítima de preconceito e que fui tratada de forma diferente por um professor, que era responsável pelos estagiários. Cumpria a mesma carga horária que todos, porém eu era a única que não recebia uma ajuda de custo. Fui questionar e falaram que nada poderia ser feito. Eu agradeci e, chateada, saí do estágio – completou Thaila.
Acontecimentos como este não abalaram a profissional de Educação Física. Segundo ela, ter foco é fundamental para conquistar seus sonhos. “Aprendi que mesmo com alguma deficiência, todos são capazes, é só por como objetivo. Mesmo que existam dificuldades no percurso, nunca deixei de ir atrás dos meus objetivos. A deficiência é só mais um obstáculo para provarmos que somos iguais e capazes de tudo”, pontuou.
Prova disso é que Thaila segue se capacitando. “Iniciei uma pós-graduação em Libras e, posteriormente, pretendo fazer um mestrado. Mas meu objetivo profissional é fazer psicomotricidade para trabalhar com o público que tenha alguma deficiência locomotora”.
A jovem ainda mandou um recado em alusão ao Dia Internacional da Mulher. “Mulher é feita de brilho e luz. É aquela que conquistou seu lugar e nunca desistiu de lutar, mesmo diante das dificuldades. Escolhemos o amor próprio e não a autopiedade. Somos líder do nosso destino. Podemos fazer aquele drama às vezes, chorar, gritar, sorrir e sofrer ao mesmo tempo, mas nunca cansamos de amar. A todas as vovós, mamães e filhas, só desejo toda felicidade do mundo”, concluiu Thaila.

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