Marcelo Borges lança pré-candidatura de Daniel Souza com duras críticas a Inês e Jonas
Quem conhece o presidente da Câmara de Barra Mansa, Marcelo Borges (PT), sabe que ele não tem papas na língua. No seu terceiro mandato como vereador, Marcelo fez uma oposição ferrenha ao ex-prefeito Zé Renato (PMDB) e agora segue o mesmo caminho com o atual, Jonas Marins (PC do B). Nem com sua companheira de partido, a ex-deputada Inês Pandeló, o presidente está com paciência. Em coletiva de imprensa realizada no final de agosto, no lançamento da pré-candidatura de Daniel Souza (PT), o que mais se destacou foi o forte tom de Marcelo Cabeleireiro.
Marcelo deu o pontapé na coletiva querendo acabar com as especulações de que ele seria candidato a prefeito pelo PT. “Desde o início lutei para o PT ter candidatura própria. Vou abrir mão da minha candidatura em favor da unidade do partido. Por isso resolvi apoiar o Daniel”, revelou, iniciando em seguida um ataque ao grupo de petistas liderado por Inês Pandeló. “Existem grupos que se acham donos do PT. Vamos brigar até o último momento pela candidatura do Daniel. Esse grupo é tão ruim e mau caráter que é capaz de tudo para esvaziar o partido. Sou bom de briga. Eles vão ter que me engolir”, disparou Marcelo.
Atualmente o PT de Barra Mansa está rachado. O grupo de Inês Pandeló e do secretário de habitação Juarez Magalhães defendem a aliança pela reeleição de Jonas Marins. O grupo do presidente do partido, Elias Rosa, e do presidente da Câmara, Marcelo Borges, apoiam a candidatura própria do partido, com a indicação do jovem advogado Daniel Souza. Uma “queda de braço” em que Marcelo Borges garante que vai vencer. “Inês é ficha suja. Eu recebo convites todos os dias para mudar de partido e agora é que não vou mudar mesmo, por causa da Inês. Ela vai ver o que é bom pra tosse. É mais que uma birra. Além de ficha suja, ela não tem moral para falar de mim. Estou há 12 anos na política e sou ficha limpa”, esbravejou o presidente, ainda lembrando o aumento de 400% do IPTU de Barra Mansa na época em que Inês era prefeita.
Em seguida, o alvo de Marcelo passou a ser o prefeito Jonas Marins. Ao ser indagado sobre uma possível derrota de seu grupo numa convenção ou plenária e o partido ter que apoiar a candidatura de Jonas, Marcelo foi taxativo. “Por ele não moverei nenuma palha”, explicando que tal derrota só aconteceria através do diretório. “Eles só ganham esta votação no diretório. Na plenária aberta ou na executiva eles perdem de chinelada”, argumentou.
O pré-candidato Daniel Souza, que está ansioso para os debates da majoritária, ficou lisonjeado com o apoio de Marcelo Borges. “A atitude dele de abrir mão e me apoiar é um ato de nobreza. O PT pode cumprir um papel importante na próxima eleição e não pode ser forçado a fazer aliança ou a ser um partido de aluguel. Os filiados é que têm que decidir. Acredito que tenho condições de representar o partido à altura”, afirmou. Daniel, que também é professor, gosta muito de participar de debates e garante que crise econômica e corrupção não serão temas que afetarão ele ou o partido. “Não tenho medo de debater nada. Crise econômica, corrupção ou qualquer outro assunto, vou responder a tudo. Posso mostrar quais são as acusações verdadeiras e as que não são”, acrescentou.
O presidente do partido, Elias Rosa, que estava na companhia do presidente do PT de Barra do Piraí, Ivo de Souza, e de outros militantes, revelou que é necessária uma renovação no partido e que o nome de Daniel representa este anseio em busca do “novo”. “Defendemos a candidatura do Daniel porque não podemos admitir que o partido tenha apenas a Inês como liderança. Queremos outras ideias e outros projetos”, revelou. Questionado sobre a nominata de vereadores do partido, Elias disse que a meta do partido é passar de dois para três vereadores na cidade, mesmo com a possibilidade de o vereador Pissula deixar o partido. “A gente espera que ele continue para manter o partido forte. Mas esta é uma decisão dele e não vai alterar muito, pois ninguém é insubstituível. Se ele sair, colocaremos outro candidato à altura em seu lugar, talvez até da mesma região que ele. Nossa expectativa é eleger três vereadores”.
O dia realmente não estava bom para o grupo de Inês e Jonas, pois logo após a coletiva, que aconteceu no Salão Dr. Nestor Chiesse Coutinho, mais conhecida como sala branca, que fica nas dependências da Câmara Municipal, o vereador e pré-candidato a prefeito Luiz Furlani, que ainda está com partido indefinido, também fez duras críticas à pasta chefiada pelo PT no governo Jonas Marins durante a sessão. “Espero que o secretário de habitação passe a construir casas e não uma ou outra janela”, finalizou.
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