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31 maio, 2017
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OAB-BM promove evento em alusão a abolição da escravatura

Ministraram as palestras a vice-prefeita Fátima Lima, o gerente de Promoção de Igualdade Racial da cidade, Walmiro Fabiano, a pedagoga Águida de Paula e a enfermeira Kely Oliveira

A Ordem dos Advogados de Barra Mansa, por meio da Comissão de Igualdade Religiosa, Racial e de Gênero, promoveu na noite desta terça-feira, dia 30, uma roda de conversa sobre a abolição da escravatura, que é lembrada no dia 13 de maio. A vice-prefeita do município, Fátima Lima, o gerente de Promoção de Igualdade Racial da cidade, Walmiro Fabiano, a pedagoga Águida Oliveira de Paula e a enfermeira Kely Cristina dos Santos Oliveira foram os palestrantes.
De acordo com Walmiro Fabiano, que falou sobre o jovem negro no mercado de trabalho, a média salarial da juventude negra em Barra Mansa é muito baixa. “Em questão da empregabilidade da juventude negra na cidade, identificamos que a faixa salarial é em média de meio salário a um salário mínimo. Esse baixo valor se deve muito a formação, já que na cidade, de cada dez jovens que se formam na faculdade, apenas dois são negros”, constatou.
Para Águida de Paula, que abordou a questão da cultura afro brasileira nas escolas, é muito importante que as crianças e os adolescentes aprendam sobre este tema nas salas de aulas. “É necessário que a escola trabalhe não só em cima de conteúdos voltados para a Europa, como até então ela vem fazendo. É necessário que a cultura afro brasileira faça parte do cotidiano da escola a partir do projeto político pedagógico das mesmas”, revelou.
A enfermeira Kely Oliveira, que ministrou uma palestra sobre a saúde da mulher negra, destacou que a população feminina negra é maioria. “São 36 milhões de mulheres negras vivendo na zona urbana, isso corresponde a 51%. Na maioria das vezes elas ainda são chefes de família, sem cônjuge. Por isso também a importância do diferencial da saúde da mulher negra”, disse.
A vice-prefeita Fátima Lima, que falou sobre os desafios da mulher negra, frisou que mesmo após a abolição da escravatura, a mulher negra ainda enfrenta muitas dificuldades. “Nossos desafios são diários e em todas as áreas, mas seguimos lutando. Hoje nossa arma é a educação para sairmos deste patamar. Aqui em Barra Mansa temos enfrentado este desafio criando parcerias com a saúde, para prevenir e evitar mortes desnecessárias de mulheres negras”.
A presidente da Comissão de Igualdade Religiosa, Racial e de Gênero da OAB-BM, Jaqueline Silva Reis, enfatizou que o racismo ainda está presente na sociedade. “O racismo ainda é uma realidade no país. Já passaram 129 anos da abolição no Brasil e ainda precisamos de avanços para que a população negra tenha as mesmas oportunidades e justiça social”.
Já para o presidente da Ordem dos Advogados de Barra Mansa, Noé Garcêz, é muito relevante chamar a atenção da população para esta questão. “Nosso objetivo com esse evento foi chamar a atenção da sociedade para a questão da população negra no país, que mesmo sendo maioria da população, ainda sofre preconceito e não está representada nos espaços de poder”, concluiu.

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