11 agosto, 2016
Comentários

PSOL realiza audiência pública em Volta Redonda

Em Audiência Pública realizada ontem, dia 10, na Câmara de Vereadores de Volta Redonda, convocada pelo Coletivo 3,30 é um Roubo, um amplo debate abordou as necessidades e urgências do transporte público em Volta Redonda e contou com participação da população, entidades, organizações e movimentos sociais da cidade, além de um dos vereadores da casa. O Coletivo 3,30 é um Rouboreivindica a revogação imediata do aumento abusivo de 35 centavos na tarifa dos ônibus; realização de licitações públicas para contratação das empresas; passe livre estudantil irrestrito; e circulação 24 horas de ônibus pela cidade.

Estiveram presentes representantes do Movimento Estudantil, através do coletivo Vamos à Luta e da UJS; Sindicato do Funcionalismo Público de Volta Redonda; Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação; Fórum de Resistência; Oposição Sindical do Sindicato dos Metalúrgicos; Partido Socialismo e Liberdade – PSOL; e o vereador Jerônimo, que destacou a presença de duas advogadas, na posição de ouvintes, representando o SINDIPASS.

Após abertura dos trabalhos, Danilo Caruso, membro do Coletivo 3,30 é um Roubo e também pré-candidato pelo PSOL a prefeito de Volta Redonda, iniciou a análise da atual situação da cidade no que se refere às políticas de transporte público com uma apresentação amparadas em dados referentes ao setor. Ele ressaltou a demonstrava a ineficácia do modelo de transporte público adotado e seu caráter excludente e segregador de grande parcela da população da cidade.

Danilo criticou o sistema de custeio do transporte público em Volta Redonda, destacando que o ônus recai inteiramente sobre os usuários e usuárias, encarecendo as passagens e não oferecendo garantias na qualidade, no horário e itinerários existentes. Também condenou a falta de fiscalização efetiva das empresas de ônibus, que são contratadas sem licitação. "Não podemos aceitar um sistema onde as próprias empresas fornecem os dados para acompanhamento do serviço que prestam, sem uma fiscalização efetiva e independente da prefeitura" denunciou. Caruso lembrou que outras cidades que possuíam o mesmo sistema e realizaram algum tipo de auditoria, verificaram-se toda a sorte de irregularidades. "Especialistas da área já condenaram essa forma de gerir o transporte público, classificando o modelo como ineficiente e custoso", resumiu.
Danilo aproveitou a oportunidade para apresentar sugestões que, segundo ele, poderiam baratear o transporte público em Volta Redonda. "Seria uma forma alternativa de custeio, não baseada na tarifa, que tornaria o transporte mais acessível e mais barato para as famílias e usuários em geral. Com a melhoria nos deslocamentos, no direito de ir e vir, garantiríamos maior acesso à cultura, esporte e lazer, além de dinamizar a economia da cidade e beneficiar também os empregadores, que diminuiriam os gastos com o vale-transporte. " sugeriu.

Ainda durante as falas da mesa, Danilo Caruso denunciou a liberação de um empréstimo de sessenta milhões de reais obtido pela PMVR, para uma suposta melhoria da mobilidade urbana. Ele esclareceu que a prefeitura, originalmente, solicitou esse empréstimo ao governo federal a partir de um suposto Plano de Mobilidade Urbana, que na verdade não existe até hoje. "O projeto deles não garante nenhuma melhoria nas condições do transporte e da mobilidade. O que eles querem é endividar a cidade para a construção de viadutos que beneficiarão um empreendimento privado”, disparou, acrescentando que a motivação por trás disso seria a intenção da CSN e da PMVR de construir um shopping e um condomínio de classe média nos terrenos do Aero. Danilo lembrou ainda que o Ministério Público chegou a embargar o projeto, devido a ausência de um Plano de Mobilidade Urbana com participação popular, e também porque o projeto, originalmente, previa que as empresas seriam contratadas sem licitação.

Comentários