15 março, 2017
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Sindicato dos Bancários participa de ato contra a Reforma da Previdência em VR


Ato teve a finalidade de mostrar a população o estrago que haverá na vida dos trabalhadores caso a Reforma Previdenciária seja aprovada
Diretores do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, em parceria com membros de outras entidades sindicais e movimentos populares da região, participaram na manhã desta quarta-feira, em Volta Redonda, do Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência, proposta pelo governo federal. O movimento acontece em todo o país e, na nossa região, contou com a realização de passeata na Avenida Amaral Peixoto, concentração e fala dos participantes na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília. Paralelo a manifestação, o sindicato atrasou em uma hora a abertura de algumas agências bancárias da cidade de Porto Real e Volta Redonda.

Segundo o presidente da entidade sindical, Péricles Lameira, o Cabral, a iniciativa teve a finalidade de mostrar a população o grande estrago que haverá na vida dos trabalhadores, caso a Reforma Previdenciária seja aprovada. “Enquanto propõe que o brasileiro trabalhe por mais tempo para se aposentar, contribuindo ininterruptamente com a previdência por 49 anos, o governo ignora os R$ 426 bilhões que não são repassados por algumas empresas ao INSS. O valor da dívida equivale a três vezes o chamado déficit da Previdência em 2016. Esses números, levantados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), não são levados em conta na reforma de Michel Temer. O presidente fala em déficit na previdência, no entanto não leva em consideração que o problema da inadimplência e do não repasse das contribuições previdenciárias ajuda a aumentá-lo. A maior parte dessa dívida está concentrada na mão de poucas empresas que estão ativas, como o Bradesco, Marfrig, JBS e Vale’’, detalhou Cabral.

O Sindicalista ainda disse que ao longo de 2017 as lutas deverão ser ampliadas. ‘‘São momentos nos quais temos a oportunidade de informar e mobilizar os trabalhadores para protestar contra as medidas retrógradas do governo de Michel Temer (PMDB). Neste mesmo contexto, estamos realizando audiências públicas, assembleias, panfletagens e veiculando propaganda na TV Band Interior como forma de alertar a classe trabalhadora e toda a sociedade para os prejuízos que a Reforma da Previdência pode provocar. Estamos lutando contra estas reformas perversas e cruéis que o governo quer impor’’, disse Cabral, ressaltando que a tarde os sindicalistas se juntariam a grande manifestação na Candelária no Rio de Janeiro.

Se a Reforma da Previdência for aprovada os trabalhadores brasileiros terá que enfrentar as seguintes situações: idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e contribuição de 49 anos ininterruptamente para alcançar benefício integral. No caso de morte do contribuinte do INSS, a pensão para a viúva passa ser de 50% do valor da aposentadoria do falecido, mais 10% por dependente. Se o viúvo for se apontar terá que optar por um dos benefícios.

Para as mulheres, a reforma é ainda mais cruel, pois não leva em consideração a tripla jornada de trabalho a que são submetidas na sociedade. Mesmo com a entrada feminina no mercado de trabalho, o espaço doméstico e seus afazeres, continuam sendo assumidos muito mais pelas mulheres. Esta constatação levou a constituição de 88 a assegurar que as mulheres tivessem uma aposentadoria diferenciada, com menor tempo de serviço.

São as mulheres que mais adoecem com patologias relacionadas ao trabalho porque são submetidas a condições que as fazem atuar além dos seus próprios limites. É desconsiderar também particularidades biológicas: a mulher menstrua, engravida, amamenta, fica na menopausa. Isso por si só já sobrecarrega mais o corpo feminino. Se essa reforma for aprovada, a trabalhadora rural voltará praticamente ao regime de escravidão.

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