28 janeiro, 2016
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Transporte público sofre queda de passageiros

Balanço da NTU indica queda de 2%, em um ano, no número de usuários de nove capitais

A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) revelou um balanço que mostra queda na movimentação mensal de usuários de transporte coletivo de pessoas. Segundo a associação, entre 2013 e 2014, esse índice teve uma redução de 2%. O estudo foi baseado em nove capitais: Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). De acordo com a pesquisa, o número de passageiros passou de 389 milhões, em 2013, para 382 milhões, em 2014, o que representa 300 mil pessoas a menos transportadas por dia, no país.

Para a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) entre as principais causas da queda da demanda estão: a falta de incentivo ao transporte coletivo; aumento do número dos beneficiários da gratuidade (o equivalente a 30% dos passageiros transportados); diminuição do emprego formal; modificação do comportamento do uso do solo; maior utilização de uso de veículos particulares; disseminação do transporte irregular; entre outros.

O estudo da Fetranspor ainda aponta a segurança pública, a alta carga tributária - principalmente sobre insumos básicos e combustível - como fatores que elevam os custos da atividade, enquanto não há aumento e sim decréscimo da demanda. No interior, a situação não se difere muito dos grandes centros urbanos. Para o presidente do Sindpass (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), Paulo Afonso de Paiva Arantes, ainda há um fator específico que deixa a situação ainda mais complicada para o desenvolvimento da atividade, na região Sul do Estado do Rio de Janeiro. O sindicato reúne 29 empresas de transporte coletivo, que respondem por 15% do transporte público regular no Estado do Rio de Janeiro.

“O desenvolvimento do comércio nos bairros gerou maior comodidade à população, que, atualmente, não necessita mais realizar pagamento de contas, movimentação bancária e compras no Centro do município e então, como consequência, não utiliza com a mesma frequência o transporte coletivo”, ressaltou Paulo Afonso, salientando que de 2014 para 2015, a queda da demanda foi 10% dos usuários de transporte público, na região. A estimativa do Sindpass é que 13,2 milhões de pessoas utilizem o transporte coletivo, mensalmente, na região Sul do Estado do Rio, destes 10,2 milhões são pagantes.

Para que a população volte a usar o transporte coletivo, Paulo Afonso acredita que é preciso investimento público. Uma opção apontada pelo presidente foi a implantação de vias exclusivas para ônibus. “Acho este um dos principais fatores para que as pessoas voltem a utilizar os coletivos. Com o aumento do fluxo de veículos, o trânsito ficou mais lento e se oferecermos melhor mobilidade, por meio do transporte coletivo, com certeza as pessoas voltarão a optar pelo ônibus”, concluiu.

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