26 outubro, 2015
Comentários

Turma do curso técnico de Agronegócio tem primeira aula prática em Barra Mansa

Maioria da turma é formada por jovens que sonham em trabalhar no campo

Alunos do curso técnico de Agronegócio do Senar (Sistema Nacional de Aprendizado Rural) participaram na manhã deste sábado, dia 24, da primeira aula prática do curso. As atividades aconteceram na Fazenda Cafarnaum, no bairro Santa Clara, em Barra Mansa. Na primeira aula no campo, os estudantes aprenderam sobre definições da produção rural, conhecendo o cenário da pecuária leiteira e analisando a cadeia de valor do agronegócio. No total, o curso tem duração de 24 meses na modalidade semipresencial. As aulas presenciais acontecem na sede do Sindicato Rural de Barra Mansa, no bairro Ano Bom.

Ao todo, 360 pessoas se inscreveram para as aulas, que tiveram início em agosto. “Temos uma fila de espera enorme de pessoas interessadas. Infelizmente só tínhamos 80 vagas disponíveis”, contou Adilson Rezende, vice-presidente do Sindicato Rural de Barra Mansa. Segundo ele, a grande procura pelo curso demonstra o interesse dos mais jovens em trabalhar no campo. “O agronegócio está em plena expansão e na nossa região há muitas oportunidades de trabalho. Se antes tínhamos jovens saindo do campo para buscar trabalho na cidade, hoje esse fluxo é contrário”, revelou Adilson, destacando que aproximadamente 65% dos alunos do curso têm menos de 30 anos de idade. “O produtor rural tem carência de tecnologias e novas técnicas, por isso esse curso é muito importante para o desenvolvimento do setor rural na região”, disse.

Professor do curso técnico, Marcelo Afonso Graça compartilha a mesma opinião. “A carência de empregos na cidade e a perspectiva de uma vida mais sossegada no campo têm atraído muitos jovens. Nessa turma, por exemplo, temos alunos de diversas cidades da região e da capital que atuam em áreas completamente diferentes, como siderurgia e telecomunicações, mas que resolveram estudar agronegócio para trabalhar no campo. Isso, com certeza, vai contribuir para o desenvolvimento do setor rural do estado que hoje sofre com a falta de mão de obra qualificada”, argumentou o professor.

Outra motivação dos jovens para estudar agronegócio é a disponibilidade de novas tecnologias no setor rural. “A ordenha mecanizada e o tanque de resfriamento, por exemplo, trouxeram facilidades para o cotidiano da pecuária leiteira. O trabalho no campo continua sendo muito, mas não é tão difícil e sacrificante como antigamente”, opinou Adilson, ressaltando que o técnico em agronegócio sairá apto a atuar em propriedades rurais, empresas comerciais, estabelecimentos agroindustriais, empresas de assistência técnica, extensão rural e pesquisa.

Com apenas 19 anos, Julcimara Alves de Araújo é a aluna mais jovem da turma. Herdeira de uma propriedade rural em Barra Mansa, ela conta que decidiu estudar agronegócio para ajudar o pai a administrar o sítio da família. “Cheguei a cursar dois períodos da faculdade de História, mas decidi trocar de área. Me dei conta que herdaria o sítio e, junto com a minha irmã, teríamos que continuar a cuidar do negócio familiar. Ela decidiu estudar Medicina Veterinária e eu, além de fazer o curso técnico de Agronegócio, curso faculdade de Zootecnia”, afirmou Julcimara.

O técnico em telecomunicações Wallace Tavares, de 25 anos, que mora no Rio de Janeiro, revela que decidiu investir no sonho de trabalhar no campo por conta das oportunidades de trabalho. “Sempre tive paixão pela área rural e sei que hoje há bastante demanda por mão de obra qualificada. Meu objetivo é conseguir aplicar o que aprendi no curso de telecomunicações também não campo, contribuindo para melhoria das propriedades”, afirmou o jovem.

A próxima aula prática dos alunos será no dia 07 de novembro, no distrito de Santa Rita de Cássia, para conhecer a produção de folhosas e leguminosas.

Comentários