Vacinação contra HPV tem baixa procura em Resende
A Secretaria Municipal de Saúde alertou nesta semana para a baixa procura da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) nas unidades do município. Segundo o secretário de Saúde, Daniel Brito, o município tem uma das piores coberturas do estado.
De acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado, Resende está na antepenúltima colocação. O município registrou 12,05% de cobertura na faixa etária de nove a 11 anos. Foram imunizadas apenas 343 crianças.
- Tivemos no município uma campanha negativa nas mídias sociais, sobre malefícios causados pela vacina, o que até hoje não foi comprovado por estudos. Mas já está provado que o Papilomavírus Humano é um dos principais causadores do câncer de útero. E o câncer pode matar – destacou o secretário de Saúde.
Neste ano, a oferta da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) foi ampliada para as meninas de nove a 11 anos de idade. A vacina está disponível em todos os postos da rede pública, durante todo o ano, como parte da rotina de imunização. O objetivo da campanha é reduzir os índices de mortalidade pela doença no país.
Na primeira etapa da Campanha de Vacinação contra HPV, em 2014, foram vacinadas meninas de 11 a 13 anos. A cobertura do município foi de 92,35% na primeira dose, ou seja, 2.632 meninas receberam a vacina em Resende. Já para a segunda dose, houve uma queda na procura, e a Secretaria de Saúde alcançou 63,40% de cobertura, o que representa 1.807 meninas vacinadas.
Quem ainda não tomou a primeira dose pode procurar as unidades de saúde do município. As meninas já vacinadas devem ficar atentas pois são três doses da vacina, sendo que a segunda deve ser administrada seis meses depois; e a terceira, cinco anos após a primeira dose.
- É importante ressaltar que apenas uma dose da vacina não confere proteção contra o HPV. Por isso essas meninas que já iniciaram o esquema devem buscar as unidades de saúde para receber a segunda dose – enfatizou Brito.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina faz parte do calendário básico de vacinação oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), respeitando as faixas etárias estabelecidas.
A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para mulheres que ainda não tiveram contato com o vírus, por isso o Ministério da Saúde deu preferência para essas faixas etárias.
A enfermeira Maria Regina de Paula, responsável pelo Centro Municipal de Imunização, explica que aproximadamente 100% dos casos de câncer do colo do útero estão relacionados com infecção por HPV. A evolução da doença é muito lenta e geralmente não apresenta sintomas.
- A cada dois minutos uma mulher morre em virtude do câncer de colo de útero no mundo. Segundo estimativas, 80% das mulheres sexualmente ativas terão infecções por HPV antes dos 50 anos. Mas é bom destacar que a contaminação não é sinal de promiscuidade – reforçou.
O Papilomavírus Humano é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual.
A enfermeira alerta também que a vacinação não exclui as ações de prevenção, como o uso da camisinha e o exame Papanicolau, indicado para mulheres que já iniciaram a vida sexual.
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