Volta Redonda reforça combate à violência doméstica com rede de proteção atuante
Volta Redonda registrou, nos últimos dias, ao menos quatro casos graves de violência contra a mulher, resultando em três homens detidos por agressão, ameaça ou perseguição. Os episódios ocorreram em meio a manifestações nacionais contra feminicídios e reforçam a importância do trabalho contínuo da rede de proteção do município, que reúne a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Guarda Municipal, Polícia Civil, Secretaria de Assistência Social e demais órgãos responsáveis pelo atendimento e acompanhamento das vítimas.
O caso mais recente ocorreu no dia 08 quando a Guarda Municipal prestou apoio em uma ocorrência de crime de perseguição envolvendo uma mulher, de 38 anos, que já possuía histórico de denúncias e medida protetiva contra o ex-companheiro. O suspeito, de 31 anos, teria voltado a procurá-la insistentemente, se aproximando da residência e mantendo uma conduta intimidatória. A vítima procurou ajuda e o caso foi encaminhado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde foi registrado com base na Lei Maria da Penha.
Outras duas ocorrências mobilizaram equipes da Guarda Municipal. No dia 07, agentes prenderam em flagrante um homem de 43 anos no bairro Voldac, após denúncias de populares afirmando que ele agredia a companheira com socos, tapas e pontapés. A vítima, que tentava encerrar o relacionamento, apresentava ferimento na boca e foi encaminhada para exame de corpo de delito.
No dia 06, uma mulher buscou ajuda após ser agredida pelo companheiro dentro da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Monte Castelo. Ela foi atendida, medicada e encaminhada à Deam, onde o registro foi formalizado. O agressor segue sendo procurado.
No fim do mês passado, um homem foi preso por esfaquear a ex-companheira e agredir a mãe. Ambas foram socorridas e o suspeito ficou detido por tentativa de feminicídio, lesão corporal e roubo, este último por estar com o celular da ex-companheira.
Rede de proteção segue atuante
As ações recentes reforçam o trabalho integrado da rede municipal no enfrentamento à violência contra a mulher. Isso engloba o atendimento emergencial, a formalização das denúncias, o acolhimento, o acompanhamento psicológico e social e, quando necessário, o monitoramento por meio de medidas protetivas, através da Patrulha Maria da Penha, serviço da Guarda Municipal criado em 2016 por Coronel Henrique, então comandante da corporação e atual secretário municipal de Ordem Pública.
“Não podemos dar oportunidade à violência. A Patrulha Maria da Penha é mais uma forma de frear esses conflitos sociais e fortalecer a rede de segurança pública de Volta Redonda. Criamos esse serviço na época porque entendíamos que era uma necessidade, e logo depois a Polícia Militar também criou, assim como outras cidades. Hoje, ela é uma ferramenta importante que desenvolve visitas às vítimas de violência doméstica, oferece apoio em deslocamentos até o IML (Instituto Médico Legal), Defensoria Pública e à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) – em caso de descumprimento de medida protetiva, por exemplo”, pontuou o secretário.
Coronel Henrique, destacou a importância da resposta rápida e integrada das forças de segurança, que ajuda a combater qualquer sensação de impunidade que exista e também a frear a violência contra a mulher.
“Volta Redonda tem uma rede de proteção atuante, que funciona todos os dias e em conjunto. Cada ocorrência atendida, seja agressão, ameaça ou perseguição, é tratada com prioridade. Nosso compromisso é agir rápido para proteger a vítima e garantir que a Lei Maria da Penha seja cumprida, não existindo qualquer sensação de impunidade. A sociedade está clamando pelo fim da violência contra a mulher, e nós estamos trabalhando firmes para impedir que esses crimes avancem em Volta Redonda.”, enfatizou Coronel Henrique.
Botão de pedido de ajuda e Projeto Violeta
Além da Patrulha Maria da Penha, Volta Redonda disponibiliza outras ferramentas às mulheres vítimas de violência. Uma é o “botão de pedido de ajuda”, dispositivo interligado ao Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública). Na prática, ele funciona instalado em um celular da vítima, que de forma silenciosa, pode solicitar ajuda das forças de segurança em situações de perigo iminente com um simples apertar de botão.
Após o aperto do botão, em cinco segundos a solicitação chega ao Ciosp, que presta o apoio necessário, enviando uma viatura da Polícia Militar ou Guarda Municipal mais próxima. Por possuir um sistema de georreferenciamento (GPS), as forças de segurança sabem a localização exata onde a vítima está. É um serviço que com rapidez e prontidão no atendimento consegue evitar que uma agressão se torne algo ainda mais grave.
Outro recurso disponibilizado é o Projeto Violeta – iniciativa do Poder Judiciário que tem o apoio da prefeitura, por meio da Semop –, que busca dar celeridade aos pedidos de medida protetiva.
Por meio desse projeto, a decisão sobre uma medida protetiva é tomada em até quatro horas – a partir da vítima registrar o caso na delegacia até a apreciação do juiz. Depois de ser ouvida e orientada por uma equipe multidisciplinar do Juizado, a mulher sai com a decisão judicial em mãos. A prefeitura auxilia no projeto, cedendo profissionais como assistente social e psicólogo.


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