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06 julho, 2016
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A Arte de Ser Barra Mansa

É preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo

                                                            Por Artur Rodrigues

Esta frase da escritora e filósofa Simone de Beauvoir personifica de maneira perfeita anseios que vinham sendo postergados ao longo de várias gestões que governaram essa cidade, que da tentativa ao estanque levava-se pouco tempo, até que tudo recomeçasse mais à frente.
Em 2015, um novo Conselho Municipal de Cultura foi formado e da inércia à ação foram cerca de oito meses de um trabalho ininterrupto, em que um somatório de forças foi se capitalizando, revitalizando a memória do passado e através de articulações cuidadosamente pensadas, novas ideias se somaram ao presente e começaram a ganhar corpo, assim, o anteprojeto de lei do Plano e Sistema Municipal de Cultura foi elaborado.
A Cultura é um bem capaz de gerar prazer e receita, e quando se está de posse de uma lei bem construída, é possível tê-la aprovada pelo Poder Legislativo sem delongas. Com isso, é indiscutível que o progresso se permita chegar com muito mais velocidade, facilitando a captação de recursos e promovendo a arte na sua forma mais ampla. Fazendo-nos acreditar que é possível viver dela, assim como em muitas cidades da Europa.
Para se chegar até aqui foram realizados oito seminários regionais e um Fórum Municipal, ouviu-se de forma democrática o povo, personagem singular desse processo, aquele que fará parte do espetáculo como espectador, para quem sempre devemos voltar nossos olhares e criações.
Barra Mansa é um celeiro cultural, onde vivem e atuam artistas dos mais variados segmentos, sempre numa efervescência que instiga a diversidade.
Somos privilegiados porque somos donos de um patrimônio cultural e histórico que em muitas cidades brasileiras já não mais existe. Nossa memória reside nesses locais impregnados de história e destruí-los seria soterrar a nossa identidade.
Diferente de muitas cidades, temos uma academia de História e um Grêmio Literário, escolas de artes e de teatro, além de uma orquestra sinfônica de reconhecimento nacional e internacional.
Agora o anteprojeto de lei do Plano e Sistema Municipal de Cultura caminha das mãos do prefeito para a Câmara Municipal, chegando até aos vereadores que irão votá-la.
Um grande passo na consolidação de um longo processo em prol da Cultura de Barra Mansa acaba de ser dado, criou-se mais que um Plano, gerou-se um Sistema de Cultura completo, inovador pela sua polivalência e por ser o primeiro logo após a Capital. Somos referência, os protagonistas de um legado que será válido por dez anos e depois ganhará com o avançar inequívoco de uma década, novos contornos, imprescindíveis inovações.
Fazer parte do Conselho Municipal de Cultura de Barra Mansa, como Conselheiro de Literatura, foi um dos maiores prêmios que recebi ao longo de mais de três décadas de serviços prestados à cultura brasileira como escritor, editor e produtor.

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