17 junho, 2016
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Banco de Olhos de Volta Redonda precisa de doadores

Unidade é a maior fornecedora de córneas para transplante no Estado do Rio de Janeiro

O Banco de Tecido Ocular Pedro Sélmo Thiesen - no Hospital São João Batista - está precisando de doadores que, em sua maioria, vem de hospitais da Região Metropolitana do Estado do Rio, devido ao maior número de pacientes dessas unidades, segundo a coordenadora do Banco de Olhos, Michele Antoniol Gama. Ela explicou que a maior dificuldade é criar a cultura da doação entre os familiares dos doadores.
“Nossa média é de 20 captações por mês. O ideal seria 30, para podermos ter um bom desempenho. Temos muito pouco desse tipo de doação em nossa cultura. Temos que divulgar mais, para os hospitais poderem notificar mais e a família estar preparada, já ter em mente se vai doar ou não, porque temos muitas famílias que dizem ‘Ah, ele nunca falou sobre isso’, essa indecisão atrapalha um pouco o processo. Existe um telefone (0800-0225742) que pode ser contatado pelo celular, qualquer um pode notificar, desde que ocorra o óbito”, ressaltando que não existe nenhum documento ou registro judicial feito em vida que garanta a doação, e somente a família pode autorizar a captação dos órgãos, mesmo que exista a vontade expressa do doador em vida.
Michele informou que o Banco de Olhos de Volta Redonda e o do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) são os únicos públicos no estado, mas a unidade do Hospital São João Batista é a que mais fornece córneas para transplante.
“As córneas chegam, são avaliadas, processadas e são liberadas para transplante, mas nem todas são selecionadas para transplante. Temos uma média de cerca de 200 transplantes por ano, com uma fila de espera de receptores. A pessoa faz a inscrição no Rio Transplante (órgão regulador no Estado do Rio), dependendo da patologia, e recebe um número de inscrição. Só que uma pessoa pode entrar na frente de outra nessa fila, devido ao grau de urgência”, explicou a coordenadora.
ESTRUTURA – O Banco de Tecido Ocular no Hospital São João Batista foi implantado em maio de 2010 com equipamentos de ponta para manter a qualidade dos globos oculares captados e das córneas preservadas para transplante. Foram investidos recursos da PMVR no parque tecnológico na ordem de R$ 231,3 mil, para a aquisição dos equipamentos.
“O Banco Olhos em Volta Redonda é o grande responsável pela diminuição da fila de espera para transplante de córneas dos pacientes no Estado do Rio. Representa uma parceria exitosa entre o município e o Estado e é um grande avanço na prestação de serviços pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e um resgate dos direitos dos usuários na área de transplantes”, disse Rosa Lages, diretora do HSJB.
O Banco de Tecido Ocular está equipado com o que há de mais moderno para a avaliação e processamento do tecido ocular, contando com equipamentos como microscópio especular, lâmpada de fenda e câmara de fluxo laminar.
DOAÇÃO – A coordenadora Michele Antoniol conta que, para ser doador de córneas, o indivíduo deve ter faixa etária de 10 a 79 anos, 11 meses e 29 dias, além de não poder possuir nenhuma contraindicação clínica. “Quem faz a avaliação clínica é a equipe do Banco de Olhos, o hospital só notifica a idade e a causa do óbito”, acrescentou Michele, ressaltando que a pessoa tem que avisar em vida à família, pois é ela quem autoriza.
“A gente entrevista os familiares de 1º a 2º graus, pai, mãe, avós, irmãos e cônjuges. Por exemplo: algumas doenças são contraindicadas, como HIV, sífilis, hepatite B, hepatite C, essas são as principais doenças. Mas pessoas que tiveram diabetes e hipertensão podem doar, até mesmo uma pessoa com deficiência visual pode ser um doador de córnea, porque a deficiência visual não está ligada à córnea, e sim ao nervo ótico, na maioria dos casos. A gente já recebeu um senhor que era deficiente visual e a família doou e ficou muito satisfeita porque ele proporcionou à outra pessoa a possibilidade de enxergar”.

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