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06 fevereiro, 2018
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Biblioteca Municipal de VR: espaço de histórias e estórias

Leitores relatam suas experiências na maior biblioteca do Sul Fluminense


Moradora do bairro São Cristóvão, Edna Almeida Silva, de 68 anos, é uma carioca que adotou Volta Redonda como seu lar há 61 anos e na cidade desenvolveu seu gosto pela leitura. Esse hábito fez de Edna uma assídua cliente da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília, que possui atualmente cerca de 12,6 mil usuários cadastrados, sendo 5 mil deles registrados somente em 2017.



“Minha mãe sempre gostou de ler e lia para mim e para meus irmãos. Ela colocava os livros no alto das estantes e dizia que era para proteger, pois criança pequena poderia acabar destruindo”, comentou entre risos Edna, que leva essa paixão pela literatura até para a cama, onde só dorme após apreciar um bom livro.



A biblioteca municipal foi a primeira que Edna teve acesso e que a ajudou a influenciar a filha Jussara Almeida Batista Silva, de 39 anos, e a neta Nina Flor Ramos Batista de 11 anos, que a acompanham nos universo dos livros.



“Sempre amei ler. Apesar de não gostar de leitura, meu pai comprava livros para a gente. Temos um livro chamado Maravilhas do Mundo. Minha mãe reunia todos os filhos e lia ele para nós. Conforme fui crescendo, pegava livros na escola, mas sempre quis ter acesso a mais. Quando descobri a biblioteca, foi maravilhoso, um paraíso para mim”, contou Jussara, que é amante de ficção científica e também gosta de ler bibliografias.



Esses e outros temas fazem parte do acervo da biblioteca, considerada a maior do Sul Fluminense. De 2016 para o ano passado, o acervo aumentou de 20 mil para 22 mil exemplares de diversas áreas do conhecimento, além de periódicos, mapas, fotos e folhetos. Entre os títulos mais procurados estão literaturas de autores de nacionalidades americana, inglesa e brasileira, livros de autoajuda e de Filosofia. Este último assunto é um dos preferidos do jovem artista plástico Lucas Badini de Albuquerque, de 23 anos, que mora no bairro Aterrado e estuda Filosofia.



“Acho que temos que aproveitar as coisas públicas da cidade. Querendo ou não, livro é uma coisa que, hoje em dia, é um pouco caro. E por quê não vir aqui pegar livros? Tanto que neste ano, não vou comprar nenhum, vou ler os que tem aqui na biblioteca”, comentou Lucas, que também aprecia poesia e livros sobre artes plásticas e visuais.



Estrutura para estudos ganha elogios



Também morador do Aterrado, o mineiro da cidade de Contagem, Pedro Shyneider de Oliveira Alves, de 25 anos, é design de interiores e veio para Volta Redonda bem novo. Apesar de ler desde os 11 anos, só conheceu a biblioteca municipal em agosto de 2016, depois de a irmã indicar por várias vezes. Conheceu e gostou do espaço que conta ainda com salas de estudo em grupo, telecentro, auditório com 144 lugares e o Espaço Kids, criado exclusivamente para crianças.



“Tanto leio aqui quanto em casa. Venho mais quando preciso sentar e escrever alguma coisa ou estudar. Quando preciso pegar muita informação, de muitos lugares, consigo dispor vários livros na mesa. Gosto muito daqui, tem um espaço excelente e os funcionários também são muito bons”, disse Pedro, que tem um conto publicado em uma coletânea e pretende escrever um livro.



De acordo com a coordenadora da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, Letícia Monteiro Machado, assim como Lucas e Pedro, a maioria dos frequentadores são jovens entre 16 e 20 anos. Os dados são de uma pesquisa de satisfação realizada em 2017 com usuários da biblioteca, que apontou também a procura pelo espaço com a finalidade de estudo.



Essa procura faz parte do dia a dia de Alfredo Gustavo de Melo Castro, de 40 anos, que cursa o 5º período de Química e mora na Vila Santa Cecília. Ele conta que vai à biblioteca para estudar para provas, acessar a internet, pesquisar e ver vídeos relacionados à graduação.



“Aqui a gente tem silêncio, espaço, privacidade para estudar e acaba refletindo bastante nas notas que estão boas. Eu conheço pessoas da faculdade que vêm aqui também pela privacidade e estrutura para estudar”, elogiou Alfredo.



Além dos estudantes, que também são representados pelas visitas guiadas escolares, a biblioteca também recebe grupos da terceira idade, da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entre outros. O espaço é utilizado ainda para lançamentos de livros, exposições variadas, saraus, etc.



“Queremos abrir mais a biblioteca para o público e vamos testar aos domingos, das 12h às 14h, logo após a feira livre. Além disso, estamos captando mais livros, iremos reforçar as visitas escolares da rede municipal e retomaremos a exposição permanente de Getúlio Vargas, através de uma parceria com o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e com a Superintendência de Museus (departamento da Secretaria de Estado de Cultura)”, explicou a secretária municipal de Cultura, Aline Ribeiro.



“É importante ressaltar que a biblioteca segue as normas dos sistemas Estadual e Nacional de Cultura e estamos adequando ela ao sistema municipal, que começa a ser implantado neste ano. Vamos continuar valorizando a cultura da nossa cidade”, reforçou o prefeito Samuca Silva.

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