Nota oficial do Sepe à comunidade em resposta à truculência do governo de Volta Redonda
O Sindicato dos Profissionais da Educação de Volta Redonda (Sepe – VR) vem por meio deste externar sua indignação diante dos casos de agressão por parte do governo municipal a profissionais, alunos da rede púbica e demais funcionários públicos presentes na manifestação pacífica na tarde da última quarta, 18, quando a base militante do Sepe decidiu, como forma de protesto e pressão, ocupar o saguão da Prefeitura haja vista que o prefeito simplesmente se recusa a receber os integrantes deste e de demais sindicatos que representam a categoria de trabalhadores que mantém de pé esse município,
Neste dia, duas professoras, uma delas de meia idade, foram agredidas pelo senhor secretário de Comunicação da prefeitura de Volta Redonda, Ricardo Ballarini, um homem corpulento visivelmente de força superior às mulheres que encabeçavam o movimento. O referido funcionário do prefeito – que ocupa um cargo comissionado de alta remuneração, bloqueou a escada que dá acesso ao gabinete do prefeito com uma vassoura na mão. Ele, completamente descontrolado, chutou a professora Renata a ponto de desestabilizá-la e derrubá-la da escada. Não fosse outro professor que estava mais abaixo ampará-la, a educadora teria rolado os degraus.
Além disso, Ballarini usou a força e pressionou a cabeça da professora Maria da Conceição contra a parede, enforcando-a. O responsável pela comunicação da prefeitura ignorava os apelos da professora que, aos berros, pedia que ele a soltasse. Foi preciso que a própria se desvencilhasse do agressor que, frisamos, é superior à professora em tamanho e, por isso, em força.
Durante os atos de protesto – noticiado de forma mentirosa e totalmente parcial pela grande maioria da imprensa como “tumulto por parte dos professores” - os guardas municipais e a PM agiram de forma truculenta, que beiravam à selvageria. Fecharam mais cedo as portas da prefeitura, com o intuito de obrigar os manifestantes a se retirarem do local. Agrediram os presentes com armas de choque, tal qual faziam os antigos repressores da Ditadura. Aqueles que resistiram e permaneceram firmes na luta, tiveram de passar por situações desumanas. Foram impedidos até de usarem o banheiro. Pior: os que se travestiram com a armadura da repressão são funcionários públicos, ou seja, fazem parte da classe pela qual os profissionais da Educação e estudantes lá presentes representavam. Provando a célebre frase de Simone de Beauvoir, que continua mais do que nunca atual: “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”.
Como se essas agressões já não fossem suficientes, uma professora de creche, impedida de usar o banheiro, foi escorraçada por Guardas Municipais. Entre eles, pasmem, uma guarda demonstrou maior agressividade contra a educadora que foi empurrada porta a fora apenas por exigir a garantia de seu direito de usar o sanitário. Há, ainda, testemunhas que garantem um relato absurdo dado pela GM em questão ao comandante da corporação, Major Henrique Monteiro, após a agressão. A Guarda teria dito que a professora “teve sorte, pois sua intenção era lhe dar uma cabeçada”.
Frente a tantos ataques, desrespeitos, truculência e autoritarismo, a grande imprensa limitou-se apenas a ouvir os comissionados do Neto, acreditando unicamente na versão desses senhores dos quais, conforme garante as dezenas de testemunhas presentes no ato, partiram as agressões. Tal comportamento vindo dos veículos de comunicação e repórteres que lá estavam fere o principio básico do jornalismo: ouvir os dois lados da história. Pior do que isso, comentem repetidos erros, como a manipulação de informações, a criminalização dos movimentos sociais e trabalhadores, o escamoteamento dos fatos para favorecer seus aliados econômicos e políticos a fim de jogar a população contra os profissionais da Educação que se engendraram numa série de manifestações pacíficas e legítimas. Não foram os professores que causaram tumulto, muito menos cuspiram ou arranharam o senhor Ballarini, mas aqueles homens que usaram a força para ferir educadores, na maioria mulheres, que estavam cansados de serem ignorados pelo senhor prefeito que, durante vinte anos, só recebeu o Sepe uma única vez, quando da greve de 2013, período em que estava preocupado dado à força que aquele movimento tomara. Inclusive, mesmo após o imbróglio, o todo poderoso Antônio Francisco Neto continuou se recusando a receber a comissão eleita pelo Sepe. Dando provas de ser totalmente contrário ao dialogo e à democracia.
Em suma, EXIGIMOS a apuração rigorosa e punição dos culpados pelas agressões, insultos e atos desumanos bem como da calúnia e difamação sofrida pelos integrantes deste sindicato. Punir esse tipo de criminosos é um dever do Estado e um princípio básico da democracia.
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