Se o Impeachment acontecer, como a economia brasileira reage?
Sócios da Tiex Consultoria falam sobre o impacto que o impedimento presidencial tem sobre as empresas e a economia do país
A discussão em torno do processo de Impeachment mobiliza o País. Entretanto, paralelamente, paralisa a economia brasileira, em razão do óbvio cenário de instabilidade que é refletido em circunstâncias dessa natureza. O governo é um dos principais orientadores da economia nacional, especialmente em razão de suas funções de fiscalização, incentivo e planejamento da atividade econômica. Em tempos em que o Estado dispende a maior parte de sua energia em trâmites políticos, judiciais ou burocráticos, tais como todo o recentíssimo vai-e-vem sobre a anulação da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, a economia, relegada a segundo plano, externa o seu descontentamento da forma como estamos presenciando: recessão, desemprego, inflação, alta do dólar, quedas sucessivas de classificação soberana de risco, desinvestimento, falta de crédito, etc. Nesse contexto todo, e na expectativa de um possível afastamento temporário da Presidenta Dilma Roussef, a questão do momento é: na hipótese de um impedimento – ainda que temporário – como reagirá a economia nacional? Para os empreendedores que planejam investir em novos negócios, o que deve ser feito?
Lucas Hanashiro, advogado tributarista e sócio da Tiex, empresa de gestão e assessoria corporativa, explica que há sim consequências diretas, nas empresas, em caso de impedimento da Presidenta, ainda que não tão animadoras. “A instabilidade do cenário político está obviamente influenciando a economia de forma negativa. Naturalmente, por conta disso, muitos empresários estão adiando tomar decisões importantes para o crescimento; mesmo aqueles que no momento têm condições financeiras de investir, estão optando por aguardar, por conta das incertezas que estão vislumbrando no curto e no médio prazos. Um eventual impeachment, a nosso ver, traria uma ‘euforia’ momentânea, pontual, na economia; para que o cenário mude de forma consistente, um eventual governo substituto deverá apresentar propostas e mudanças conjunturais e estruturais convincentes, como por exemplo por meio de corte de gastos e incentivos aos setores produtivos, equilibrando assim as contas públicas, atraindo investimentos e retomando o crescimento”, comenta Hanashiro.
“Muitas empresas que tem capacidade de investimento estão aguardando a adoção de mudanças para poderem injetar recursos a médio prazo, o que vai aquecer a economia novamente. E tem gente segurando demissões com a expectativa de que isso aconteça”, comenta também Samuel Lopes, também sócio da TIEX. Segundo Lopes, caso a Presidenta não seja afastada amanhã, a insegurança vai continuar muito grande, e mudar o humor do empresariado vai ser muito difícil. “A expectativa de todos é que o estabelecimento de mudanças gere um novo astral, uma nova força, para que os investimentos e o quadro de pessoal sejam mantidos para que em 2017 e 2018 o Brasil possa colher os frutos do investimento que foi feito nesse período”, completa.
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